21 julho, 2008

CLUBE FLUVIAL VILACONDENSE

Pormenor do « I Concurso de Pesca Fluvial de Vila do Conde »
- A foto mostra-nos Eduardo Pinto - O mais representativo atleta de todos os tempos do Fluvial - em plena prova.
.
Nota-A fotografia e texto estão publicados numa pequena ilustração do Cube Fluvial Vilacondense em 1950. A côr da foto é estranha, e não dá para ver que a côr das botas ( que eram longas e apertavam na zona da cinta ) eram de um tom verde - acastanhado, e que eu recordo perfeitamente. Tenho de vos contar o que a minha memória me fez. Lembrei-me que em menino , eu e o filho do Sr. Eduardo Pereira Pinto metíamo-nos cada um dentro de uma perna da bota. Bom,... é uma nota pessoal, mas não podia deixar de vos contar.

25 comentários:

Anónimo disse...

sempre que leio aqui referências ao sr. Eduardo Pinto, lembro-me de uma história que me contaram que se terá passado pouco depois do vinte e cinco de abril por altura de alguma eleição. era domingo por volta das 10h da manhã. uma viatura com um megafone em alto chinfrim pára em frente da casa do sr. Eduardo Pinto. quando este pediu para saírem dali ou calarem a propaganda e não lhe levaram em consideração o sr. Eduardo Pinto puxa da caçadeira e aponta ao megafone. foi remédio santo.
mas não sei se é verdade ou não.

Anónimo disse...

Esta história é verdadeira, pois sempre a ouvi contar.

Tiago

Anónimo disse...

Este Pinto era um Galo...

José Cunha disse...

Os comentários roçam a verdade, e assim são inexactos.
Quando se referem a "galo", mais uma vez quase acertavam, pois de facto, o Sr. Eduardo Pinto foi "galardoado" com o título de HERÓI.
(Eu compreendo, pois já não estamos habituados a estas "coisas" )

gicas disse...

Obrigada pela forma como ilustras a minha terra, as minhas raízes...obrigada pelas memórias. Conheço cada canto e recanto desses lugares agora transformados pelo programa Pólis (para melhor, ou nao).A doca, o largo do Ribeirinho, o Clube Fluvial Vilacondense...

Sodadi
Uma "vileira" em Cabo Verde

José Cunha disse...

Que bom poder atenuar as tuas saudades.

Anónimo disse...

Finalmente alguem se lebrou de Eduardo Pereira Pinto.
Depois de tudo o que ele fez por Vila do Conde, depois da sua morte mais ninguem falou do lendário EDUARDO PINTO.

Muito Obrigado.

Anónimo disse...

O Sr. Eduardo Pinto, morava na
hoje Rua 25 de Abril, então chamada
Rua Barão do Rio Ave, pai de Bento
de Sousa Amorim.
Segundo o nonagenário amigo Artur do Bonfim, este Barão do Rio Ave, cuja memória se apagou, foi o homem que em devido tempo obstou a que os lugares de Caxinas e Poça da Barca passasem para a visinha Póvoa, quando o Projecto de Lei já estava elaborado, e pronto a ser aprovado na então Assembleia Nacional.
Apurados que sejam os factos, urge
que justiça seja feita.

Anónimo disse...

Nota, o Cereja esqueceu-se de assinar, aquilo que acima diz.
Aqui vai,

a) Cereja

Anónimo disse...

Notícias de Há Muitos Anos

Um Pequeno Herói

Vila do Conde, 17/8/1923 – Hoje, cerca das 5 horas da tarde, quando uns rapazitos de 10 e 12 anos tomavam banho no rio Ave, no lugar do Penedinho, acima dos açudes desta vila, um dos rapazes, de 12 anos, do lugar das Caxinas, ou porque estivesse cansado ou fosse arrastado para um fundão, de vários metros de altura e bastante perigoso pela quantidade de lodo e pedras, perdendo as forças, foi várias vezes ao fundo para voltar à tona da água exausto, à espera de morte certa.
No local encontravam-se muitas mulheres a lavar, que fizeram um berreiro medonho, sem poderem, contudo, salvar o podre rapaz, que mais uma vez desaparecia da superfície das águas.
Nessa ocasião, atraído pelos gritos ou passando por acaso e acompanhado por dois amigos de brincadeira e um pouco mais velhos, o menino Eduardo Pereira Pinto, de 12 anos, filho do Sr. Tenente João Baptista Pinto, notando a aflição de toda aquela gente e vendo desaparecer pela última vez o podre afogado, despe-se em menos de 2 minutos, lança-se ao rio, desaparecendo à vista de todos, que gritavam já pelos dois. Momentos depois, aparece à tona da água o pequeno herói, trazendo agarrado a um braço o pequeno afogado, já quase sem sentidos, conduzindo-o para a margem.
Já fora de água, foi tal a violência com que o infeliz rapaz se agarrou ao braço do seu salvador, que se tornou necessário fazer grande esforço para lhe desprender das mãos o braço do Eduardo.
Ao rapazito foram-lhe prestados os devidos socorros reanimando dentro em pouco.
Já não é este o primeiro acto de heroísmo que o menino Eduardo comete, apesar dos seus 12 anos, pois já o ano passado salvou de morte certa uma mulher prestes a afogar-se.
Não devem ficar esquecidos os seus feitos.

jruicaldas@iol.pt

José Cunha disse...

Obrigado Zé Rui, por aqui ter vindo nos contar mais este episódio da vida do Sr. Eduardo Pinto, e há mais, publicados em antigos jornais.
Muitas histórias se contam desse senhor, mas há uma que foi vivida por mim e seu filho,... não terá nada de especial, mas dá-me prazer, porque pessoal, guardá-la só para mim.

Anónimo disse...

Desapareceu uma figura lendária

Eduardo Pereira Pinto

Morreu o Eduardo Pinto.

Foi o dobrar a finados que me deram nesta manhã soalheira como ele gostava e sabia apreciar.
Assim desapareceu uma figura lendária desta lendária Vila do Conde, pela sua força, pelo poder derrubante dos seus murros, pela sua estuante juventude, pelo vigor da sua figura atlética, pelas suas façanhas desportivas, sobretudo no remo e no futebol, pelo seu companheirismo, pela sua obstinada vocação de estar sempre ao lado dos mais fracos, pela sua aceitável e jocosa irreverência, pela sua congénita bondade e pel seu amor a VILA DO CONDE.
Foi um ídolo de gerações que pretenderam imitá-lo nas suas façanhas que só os heróis conseguem.
Mas Eduardo Pinto que o poder dos seus possantes pulsos e da sua destreza realçada pela sua extraordinária mobilidade e compleição atlética punha um respeito e em posição de sentido os seus adversários que eram tão somente os que apenas se podiam impor pelo nome, pelo lugar que ocupavam ou pelos guarda-costas ou guarda-nomes que se rodeavam para defenderem interesses suspeitos, injustiças e calcar e oprimir os mais fracos, não era um valentão de trazer por casa a resolver todos os problemas a soco. Nada disso. Era um excelente moço, um camarada sem licites, um pai carinhoso, um belíssimo e fino conversador, um humorista excepcional, um etiquetador de pessoas e conceitos, um eficiente e apaixonado funcionário de uma lealdade a toda a prova, até no bater quando era preciso, pois procedia como cavalheiro que era, dando todas as possibilidades ao adversário, por mais valente que fosse, para se defender e, com as mesmas oportunidades que as suas, para atacar, antes de o derrubar com um soco seco e em cheio e pleno de colocação.
Conheci o Eduardo assim mesmo, eu rapazinho a entrar no Instituto do Padre José Praça com a pasta cheia de livros, ele já rei e senhor e com a corte de admiradores das suas façanhas que já corriam como lendas para ficar e que eu, caloiro, apreciava e delirava.
E a vida veio vindo com os seus encontros e desencontros e sempre a encontrei dominada nesta Terra pelas proezas de Eduardo Pinto, semeador de feitos e de ditos.
Como Diónisios, o bem-amado deus de juventude e da alegria vi-o em todos os momentos a desbaratar prodigamente energias e talento num amor sempre crescente à VIDA, pois era o rei e senhor dês festas.
Era assombroso vê-lo, depois de uma noite bem comida e melhor bebida, rodeado de amigos e de prazer, passar na hora certa para o trabalho, como se nada se tivesse passado e como se acabasse de dormir oito horas calmas e regaladas.
Espantoso este Eduardo! Tão espantoso como era sincera, grande e fraterna a sua amizade. Quase sempre adversários, por mal o conhecerem, de véspera, tornavam-se no dia seguinte amigos para sempre.
Também não sabia viver sem grandes amizades, e por elas era capaz de todos os sacrifícios. Os amigos só tinham como rivais na sua estima e na sua dedicação os pobres e os carenciados de justiça, que por estes batia-se com um denodo inquebrantável.
Foi o homem certo dos Serviços Municipalizados.
Colocado, ali, nos três primeiros anos da década de trinta, quando o Dr. José da Silva Ramos, então Presidente da Câmara, procedeu à estruturação dos Serviços Municipalizados de electricidade que estavam desprovidos de mais rudimentar organização, foi, pode-se dizer, a sua alma.
Não se serviu do lugar. Serviu-o.
E quem não viu, durante décadas, o Eduardo levar no seu pequeno e gasto carro electricistas para fazer obras de urgência? Fosse quem fosse, que lhe aparecesse para fazer qualquer reclamação, podre ou rico, era atendido no seu gabinete e o seu assunto resolvido sem grandes delongas, quando justo. E posso testemunhar a sua integridade e isenção de funcionário, tal e tanta, que nada mais levou da sua longa estadia na chefia dos Serviços do que a sua magra reforma, para a qual sempre descontou.
Serviu ainda Vila do Conde em todas as iniciativas e Associações. Qual não lhe deve seja o que for? Mas foi o Fluvial que desenvolveu a sua maior actividade. Ali e em meré cheia da vida da Colectividade o grande e saudoso Ramos de Almeida considerado o símbolo do velho Clube.
Mas há uma parte da população vila-condense que muito e excepcionalmente lhe deve-os naturais das Caxinas e Poça da Barca.
EDUARDO PINTO foi o Pedro Alvares Cabral dos nossos Bairros Piscatórios. Bateu-se por eles com um amor e uma constância inexcedíveis e levou as Autoridades a descobrirem e a interessarem-se por aquele fecundado e esquecido Mundo, então, totalmente carecido e degradado.
Foi na presidência do Dr. Carlos Pinto Ferreira e do Dr. José da Silva Ramos que a Câmara se virou para as Caxinas, onde foram lançadas e erguidas os alicerces dos que são hoje os progressivos Bairros, levados pelos apelos constantes desse elo de ligação humana que foi o EDUARDO PINTO, o maior amigo dos pescadores, sem deles nada mais receber do que uma amizade grande e larga.
Esta recordação apressada que podia rechear de factos comprovativos chega-me ao receber a notícia da partida sem regresso de um amigo que admirei como poucos, e que sendo tão naturalmente forte, bom, prestável, amigo e bairrista, poucos davam pelo tanto que valia e pelo muito que fazia.
VILA DO CONDE perdeu uma figura LENDÁRIA. Que a sua memória de valente e generoso continue a inspirar a mocidade da nossa Terra, que ambos tanto queremos e que juntos tantas vezes por ela lutamos.

CELSO PONTES – Jornal de Vila do Conde Outubro de 1979

jruicaldas@iol.pt

Sr. José Cunha eu sou Filho do Edurado Pereira Pinto, um grande abraço.
Zé Rui

José Cunha disse...

Parabéns Zé Rui, pelo avô que tiveste !!!

Anónimo disse...

Boa Tarde Sr. José Cunha, mas Eduardo Pinto não era meu avo, mas sim meu Pai,

Cumprimentos

José Cunha disse...

Ok! Zé Rui. Cinco minutos depois de ter colocado o meu último comentário, percebi.
Renovo os meus parabéns pelo pai que teve, e saiba, que eu também o apreciava muito.

Anónimo disse...

Sempre que menciona nas suas postagens factos relacionados com a familia do Sr.Eduardo Pinto,quer pai quer filho os comentarios disparam,nota-se um enorme carinho por parte dos vilacondense para com esta familia,soube que a um outro que foi presidente do fluvial,sabe algo.
Parabens pelo seu trabalho.

José Cunha disse...

Sim, claro que sei, porque eu próprio cresci também, no seio dessa família.
Era o António Jorge, um amigo querido.

Anónimo disse...

Perante todo este manancial de comentários, sobre a vida e obra deste nosso ilustre conterrâneo,
o Homem merecia uma fotografia sem
ser de costas.
Outros há, talvez menos valorosos,
que até têm nome de Rua...

a) Cereja

dupon disse...

É emocionante ler estes feitos.
muito obrigado sr jose cunha

Anónimo disse...

Só agora compreendo o porquê do Zé Rui ser uma excelente pessoa, provavelmente tem todos os genes do Pai.
Parabém Amigo Zé Rui.

Anónimo disse...

Só hoje tive conhecimento , atraves de um familiar do Sr Eduardo Pinto e continuo sem perceber porque é que esta figura...não tem uma Rua ou Praça em seu nome.
Nem era preciso lembrar!!

luckyluke disse...

Só hoje tive conhecimento deste blog e fico grato por alguém se lembrar do meu querido avô que tantas saudades me deixa. Lembro-me de todos os momentos que passei co ele. Um Homem como já não existe. Foi um bom Pai e um grande Avô. Têm razão quando se diz que não s deve esquecer este Homem.

Anónimo disse...

Estas Historias sao simplesmente encantadoras, presumo que verdadeiras, pois ja por varias vezes nos cafes mais antigos de vila do conde ouvi mirabulantes historias do Senhor Eduardo Pinto, nao existem registos fotograficos? talvez se apelarem ha familia ou entao na Camara de vila do conde
Mario

jose aguiar disse...

Conheco uma historia do sr. Eduardo Pinto,que e a seguinte.Ha muintos anos passados houve um jogo de futbol entre o Fluvial e o Povoense no campo de Azurara,face ao rio enfrente ao hoje posto nautico do Fluvial o sr Eduardo estava na assistencia,comeca jogo e passado pouco tempo o povoense marca, um assistente poveiro tendo consigo uma armacao com pombos coreios pega num e lancandoo no ar diz la vai um, passado pouco tempo outro golo e la vai outro pombo e la vai outro disse ele. Hora bem pelo que eu soube a cena ja se repetia por sete vezes,entao o sr.Eduardo aproximou-se do dito cujo e quando ele se preparava para mandar outro o sr Eduardo mandalhe uma galheta bem assente pontapeia a gaiola pombos pelos ares armasse pancadaria e la foi o pobre homem para casa todo esmorrado sem gaiola e quanto aos restantes pombos os que estavam em condicoes de voar la regressaram a casa outros ficaram por la. mas ha mais historias do sr Eduardo que eu conheco houvidas na barbearia S.joao do meu querido ex patrao o sr MANUEL DE MACEDO AGUSTO

jose aguiar disse...

Mais uma do sr eduardo.Certo dia estava um pequeno grupo de Vilacondenses junto ao
Mar a Vista na conversa e na galhofa entrar la talvez nao desse porque o dinheiro nao dava para tais iguarias. La dentro encontravan-se uns queques da altura uns vilacondenses outros de fora meninos bem mas todos amigos,e para o que lhes deu? afastar dessa area do Mar a vista os ditos vilacondenses as coisa azedaram ,o coisa ruim estava por perto e meteu-se em apoio dos meninos e entao e que aparece o sr eduardo em cena.passava la por acaso tma conta do que esta a acontecer e zumba comeca a distribuir lenhedo para cima dos meninos foi um ver se te avias ,ne4m coisa ruim lhes valeu rabinho entre as pernas e la foram corridos dali