30 abril, 2008

A EGREJA DA MIZERICORDIA DE AZURARA

(cliché de J. Adriano, mostrando a igreja antes de ser restaurada)
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Em 1566, no reinado de D. Sebastião, os moradores e povo do então logar d´Azurara, alegando que este logar contava mais de duzentos visinhos a que era de grande conveniencia que ali houvesse uma Santa Casa da Mizericordia, que soccorresse os pobres e principalmente fizesse os enterros das pessoas indigentes, requereram e obtiveram a necessaria provisão regia, para n´aquelle logar se fundar a irmandade da Mizericordia. É provavel que o templo, representado na gravura deste semanario, fosse d´ahi a pouco construido..................
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extrato do publicado no Commercio da Villa do Conde, em 19-4-1908.
Nota- A fotografia que acima publico, é a mesma que se pode ver no jornal acima referenciado.

28 abril, 2008

UMA NOVA ESTRADA DE ACESSO AO MONTE




Encontra-se na Camara o projecto de uma nova estrada que a Direcção dos Edifícios e Monumentos Nacionais se propõe construir para facilitar o acesso ao Reformatório e à Igreja de Santa Clara, a qual partirá, com uma largura de 10 metros, da embocadura já existente defronte ao monumento aos Mortos da Guerra, ficando o outro extremo junto à igreja de S. Francisco.
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A RENOVAÇÃO - 1938.
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Nota - Nas duas primeiras fotos representadas, porque anteriores a 1935, e como se pode observar, a estrada ainda não existia.

25 abril, 2008

NÃO PISE AS FLORES DO CAMPO


Essas florzinhas, quando pisadas, não darão o néctar precioso para as abelhinhas, não será o alimento para o colibri.
Não pise as flores do chão.
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Bezerra de Menezes

24 abril, 2008

24 DE ABRIL DE 1974

Um pequeníssimo, mas revelador episódio, vivido por mim nessa noite.
Terei tido um dia normal de trabalho, e, após o jantar, como era então meu hábito, fui dar um passeio junto ao mar.
Já nas proximidades da praia do "Forno", vi junto ao Castelo um jipe da tropa com militares no seu interior, quatro estavam na parte posterior, a voltada para mim, e na frente estaria o condutor e o graduado.
O jipe tinha uma enorme antena, e os tropas estavam em silêncio e muito sossegados no seu interior. Era estranho, muito estranho, pois haviam decorrido poucos anos da minha chegada do Ultramar, e todo aquele cenário me era familiar. Em condições ditas normais, os homens estariam no exterior da viatura, fumando e gracejando uns com os outros, mas tal não acontecia.
A noite aconteceu, e nas primeiras horas da manhã do dia 25, comecei a ouvir o relato dos acontecimentos que se estavam a desenrolar em Lisboa.
Estava explicada a presença dos militares junto ao Castelo.
E assim, em certa medida, podemos dizer que Vila do Conde, foi também , palco da REVOLUÇÃO DE ABRIL, ou dos cravos, como viria também a ser designada.

23 abril, 2008

PONTE SOBRE O AVE


........... A nova ponte, a entrar em funcionamento em 1975, terá quatro faixas de rodagem, dois passeios laterais, e iluminação apropriada. Para servir o trânsito, a Av. José Régio passará por grandes beneficiações no piso, alargamento da faixa de rodagem à custa da desmedida largura das guias dos passeios, e o nó de ligação será tornado mais amplo, bem como grande parte da Rua 5 de Outubro, ambas sofrendo, para o fim em vista, um corte em toda a extensão do lado nascente do mercado municipal.
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extrato do publicado na RENOVAÇÃO em 1974.

21 abril, 2008

ANTIGO QUARTEL DOS BOMBEIROS


A fotografia de cima, mostra o antigo Quartel de Bombeiros de Vila do Conde, (que fez história, pois ardeu ! ) e a segunda foto, a estação dos CTT.
Ambos os edifícios, se situaram no mesmo local onde hoje está a actual estação de correios.
Pretendi colocar aqui, as fotos dos edifícios por onde os serviços dos correios passaram na nossa terra, e ilustrá-las com um texto de meu tio Celso Pontes, mas a qualidade das fotografias é bastante fraca.

18 abril, 2008

CURIOSIDADES


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Esta lancha, (ou barco-automóvel, como também eram conhecidos estes barcos, talvez porque tinham um volante em tudo idêntico ao de um automóvel ) diz-me o A.Carmo, terá sido construída nos anos cinquenta.
Os estaleiros, que por vezes tinham quebras nas encomendas, dedicavam-se então à construção de pequenas embarcações, tais como os tão conhecidos DORIS, o barco (pequeno e estreito) usado na pesca do bacalhau.
Numa dessas falhas no fabrico, e anteriormente ao fabrico da lancha que acima mostro, construiu-se uma outra, mas em fibra. A matéria prima era americana, rara nestas bandas, mas lá tentaram construir o barco. Não resultou, e conta o Carmo que terá sido devido ao clima, frio e húmido, mas, mais tarde no Algarve, em ambiente mais quente e seco, voltou-se à experimentação, mas não sabe o resultado.
Assim, fomos pioneiros nos barcos de fibra, que hoje embelezam todas essas marinas, mundo fora, e que tanto gozo deverão dar aos seus ricos proprietários.

16 abril, 2008

FUTURO


Vila do Conde, acarinha o passado, e estimula o futuro.

14 abril, 2008

«DIPLOMA DO GINÁSIO»


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Este diploma que vos mostro, e ainda inacabado, era entregue aos vencedores das primeiras provas, ou competições (tiro, com espingardas de chumbo, arco, etc. ) que o Ginásio ainda em "construção", promovia.
Era eu, o rapaz a quem estava entregue a tarefa, de fazer os diplomas. Reparem que o emblema do clube, ainda estava por definir, pois não é exactamente igual ao que conhecem.
O diploma em branco, aqui mostrado, e como já referi, está ainda em fase de conclusão, pois faltava-lhe ainda, pintar as flores e as folhas.
Infantil ?... claro que sim, mas numa posterior postagem, mostrar-vos-ei o que se pensava então, acerca do clube, e verão também a "força"que nós tínhamos.
Porque vi (nos vossos comentários) essa força, essa vontade de continuar, que muito me satisfez, brevemente voltarei a este tema.
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PS : Um pouco mais tarde, aparece a primeira medalha, que foi ganha numa "gincana de patins", e que há já um bom par de anos, a entreguei ao clube.

11 abril, 2008

TOURADA EM VILA DO CONDE


VILA DO CONDE - PRAIA
Foi Vila do Conde, ha uns bons 30 anos a primeira praia para onde fui passar a época de verão. Nas minhas memorias dêsse tempo, lembro-me ainda do velho hotel, pesado e desgracioso e das brincadeiras de então. Lembro-me de touradas, numa praça de madeira que havia por detraz do hotel, com o Morgado de Covas, com o S. Martinho e outros.
Mais tarde a vida afastou-me d´aqui e quando, de novo, ha anos, a escolhi para minha estancia de verão, vim encontrá-la modificada e rejuvenescida.
Em vez do velho hotel o actual Palace, elegante, gracioso, muito branco na sua cal alvíssima e muito portuguez nos seus formosos azulejos.
Enche-o hoje uma vida elegante, cheia de brilho, trazida pelos seus inumeros hospedes e visitantes.
As suas instalações são modelares e o serviço considerado de primeira ordem.
Junto dêle avulta o edifício do Casino, um dos melhores, e mais bem lançados do norte do Paiz, com suntuosos salões e esplendidas dependencias.
Nêle se teem dado todas as épocas e na presente se tem bizarramente continuado a dar lindíssimas festas às quais acorrem famílias de todo o Norte.
Ainda recentemente um baile de mascaras, que marcou pela animação, pelos adornos e pela elegancia e riqueza dos costumes que apareceram, fez vibrar de entusiasmo toda a praia.
A´parte estes dois edificios principais, ha o grande bairro balnear, cujas casas se alugam no verão e que constitue a base de toda a vida estival.
A praia é cortada de amplas avenidas, bem delineadas e com belas perspectivas.
A sua avenida á beira-mar quando estiver concluida e construida ha-de, pela sua situação, rivalizar com as mais celebres do estrangeiro.
Como a praia é larga, é curioso vêr a disposição das barracas, que se espalham por um recinto muito mais vasto do que é uso em praias portuguezas, dando-lhe um aspecto de grandeza muito interessante.
Praia de élite, as suas festas e reuniões são muito escolhidas e procuradas pelas pessoas a quem é dado conseguir assistir a elas. Antes de terminar estas linhas, porém, uma referencia quero fazer a um detalhe que muito me impressionou sempre : a pureza e a força do ar de Vila do Conde. Nas outras praias sente-se a frescura propria da beira-mar, em Vila do Conde sente-se mais do que isso : a necessidade imperiosa de respirar fundo, de encher bem os pulmões.
O ar de Vila do Conde é um triunfador que entra violentamente no nosso organismo, renovando-nos as energias e estimulando-nos a acção.
Vila do Conde, 26-8-1928.
D. Alvaro de Paiva.
em "VILA DO CONDE"
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NOTA - Contou-me o Sr. Artur Bonfim, que esta praça de touros, ficava situada em frente ao actual casino e a norte do Centro de Juventude. Era um vasto terreno, que mais tarde viria a ser ocupado pelas casas ali construídas. Nos anos sessenta, recordo-me que esse terreno, embora já de menores dimensões, ainda existia, e era o "recreio" exterior do Colégio de S.José. Aí se jogava futebol e voleibol.

09 abril, 2008

"Gericada"

PELA PRAIA

No passado domingo effectuou-se na rua Bento de Freitas a annunciada corrida de jumentos, que diga-se a verdade, dando o seu a seu dono, foi digna dos seus promotores.
A rua achava-se vistosamente embandeirada, e coalhada de curiosos d´esta villa e praia e até mesmo da vizinha Póvoa.
Seguiu-se rigorosamente o programa e houve mais uma corrida, promovida pelos juízes da partida, sendo o prémio uma garrafa de champagne.
As corridas, todas muito animadas e seguidas quasi sempre de episodios engraçadíssimos....

Extrato do publicado no CORREIO DO AVE em 1889.
(Desconheço se a foto acima publicada, corresponde a esta notícia, mas tudo indica que sim)

07 abril, 2008

Estação de «AZURARA»




Primitivamente, onde hoje se encontra esta estação, era o local conhecido como a fonte do Corgo, pois ela localizava-se a uns escassos cinquenta metros, e era sómente uma passagem de nível pois o comboio, ali não parava.
Tenho por certo que, duas Guerras Mundiais separam a primeira foto, das restantes.
Confesso-vos que tenho saudades do "apito" do comboio, pois ele, como muitos se recordarão, era perfeitamente audível no centro de Vila do Conde, principalmente nos dias de "lestada".

05 abril, 2008

NASCE O «GINÁSIO»


A primeira fotografia, terá sido obtida no princípio do séc XX, mas até meados desse século, finais de 1950, poucas alterações se terão verificado. Os quintais continuavam a existir, tinham árvores de fruto, pequenas vinhas, alguns produtos hortícolas, em suma, eram a dispensa daquelas famílias que habitavam aquela zona.
Pois foi aqui, que os meninos que mais tarde viriam a "fundar" o GINÁSIO CLUBE VILACONDENSE, brincavam aos cow-boys (ou artistas) e índios. Havia como que uma rivalidade entre os quintais do Eduardo Pinto, e o do Zé Graça, e até o quintal do Sr. Carlos Sousa (contíguo ao do Eduardo) não escapou às traquinices, pois foi alvo das nossas flechas incendiárias, e lá ardeu uma pequena casa de arrumos ao fundo do quintal.
Depois, veio o laboratório no quintal do Eduardo, ( no local onde pouco tempo antes se guardavam os porcos, e onde, ao último eu assisti á matança ) onde até uma explosão não faltou, e que me reteve na cama, quase a totalidade das "férias grandes".
Bom, ... crescemos mais um bocadinho, e aí por volta de 1957, o Jorge Correia, eu, e o Eduardo Pinto, começamos a interessar-nos por "coisas de músculos", e, num canto do quintal do Jorge Correia, tínhamos o nosso ginásio (na segunda foto, no local em sombra do solar de S. Roque). Fizemos halteres em cimento, montamos as argolas (onde o Jorge era exímio) , barra fixa, salto em altura, e, num dos socalcos mais abaixo, não faltou a pista de obstáculos. E foi aqui, junto ás argolas, que se escreveu pela primeira vez, numa velha tábua, a palavra GINÁSIO.
Logo a seguir, com a aproximação dos amigos de sempre, o Ferraz, o Toni, e todos os outros, o Romeu, o Jorge Ramos e o Zé Moreira, e o Faria (que viria a ser o sócio número 1), e tantos outros, se deu continuidade a esta iniciativa. E assim, nasceu o Ginásio que hoje conhecem.
Claro que demorou algum tempo o percurso, mas tudo foi acontecendo, o hóquei, o atletismo praticado junto ao rio do lado de Azurara, e aqui já o Ginásio estaria na sua adolescência.
Muito ficará por contar, mas foi só minha intenção vos relatar o nascimento do Ginásio, clube que hoje honra Vila do Conde, e à frente do qual, ainda se encontra um dos meninos que o fez nascer.
Sem dúvida, estes tempos foram uma grande escola, e nela nos formamos. Sinto-me honrado, por a ela ter pertencido.