30 setembro, 2008

O ROCHEDO DA CAPELA DO SOCORRO

Em COISAS DO PASSADO - NOTAS POR JOÃO DOS REIS, pode ler-se:

Naquela tarde em que os montantes tratavam com todo o atau, furar em vários lugares o enorme rochedo que servia de base à Capela de N. S. do Socorro, para depois carregar os buracos feitos , com pólvora, fazendo-a explodir para, não só arranjar grandes pedras para a doca aqui em construção, como para afeiçoar o rochedo, tornando-o perpendicular e em forma de cubo. Os vários pescadores que residiam nas proximidades e outros mais longe, sendo os mais próximos das «ruas» ; Calçada de S. Tiago, Socorro, Prazeres, Carmo, Laranjal, Bajoca, Senra e S. Bento, e os mais distantes, Misericódia, S. Pedro, Palha etc., achavam-se sentados nos bancos construídos de «alvenaria» ligados á Capela. Ocupavam, devido á lestada que soprava, as partes de S. e de Oeste, e os que não tinham assento, estavam de pé, encostados ao muro que servia de respaldo em volta da Capela, ficando um espaço suficiete para passar quatro pessoas lado a lado - dois metros e meio. Haviam novos e velhos, e entre os Cocos, Garoupas, Brancos, Manel d´Avó e outros, e dos velhos, tio João Barriga, Mestre Lourenço Gato, Mestre Coelho, Mestre Ribeiro Pontes, Mestre Bento Loureiro, sogro do António Reis e do piloto da barra, Estêvão Soares e outros, sem serem pescadores, achavam-se os nossos conhecidos pescadores de assêjo. Fôra muito admirada a pesca dum congro de tal peso e ainda era motivo de conversaçôes.......
extrato de GENTE HUMILDE.

29 setembro, 2008

REGRESSAR A VILA DO CONDE

É sempre muito bom regressar a Vila do Conde.
Ausentei-me por uns dias, e tive pena de não ter conseguido vos avisar. Cheguei a colocar aqui um aviso, mas porque o achei "feio", retirei-o, e o computador de seguida pregou-me uma partida, não me dando nesse dia novo acesso ao blogue.
Sempre que me ausento da nossa terra, por poucos dias que sejam, sinto saudades. Sei que vou encontrar no regresso esse rio poluído do qual não gostamos, sei que muitos outros problemas ainda não foram resolvidos, mas é um prazer enorme, do alto de Azurara, avistar novamente a nossa terra.
Recordo como que se hoje fosse, o meu regresso a Vila do Conde há quarenta anos, aquando a minha comissão no Ultramar, ah!...se eu fosse poeta, que lindos momentos eu vos podia descrever.
A partir de amanhã, dia 30, voltaremos ás nossas quase conversas, acerca da nossa querida terra.

19 setembro, 2008

PONTES DA DOCA



Li no Boletim da C. M. de Vila do Conde que, em 1904 - «O Ministério da Marinha solicita ao das Obras Públicas que seja reconstruída a Ponte da Doca desta Vila».
Assim, ficamos a saber que,antes desta data, terá existido uma outra ponte e muito provávelmente em madeira.

17 setembro, 2008

DOIS ÓLEOS DE RÉGIO


Extracto do publicado no Boletim Cultural da C.M.de Vila do Conde.
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...Régio confessa que sentiu os mesmos apelos que seu irmão porque os mesmos pinceis, as mesmas tintas e as mesmas telas em branco lhe foram dados.
...Quem seria esta jovem pintada com tanto interesse e ternura pela mão inexperiente de Régio? Que laços os uniriam, que parentesco haveria, que vínculos existiriam para que ele lançasse a mão a um pincel e tentasse reproduzir as feições da jovem que naquele momento o tinham inspirado?
...O curioso é serem estes dois quadros os únicos que se conhecem pintados a óleo por Régio. Que estranho desejo foi o seu de pegar num pincel e em tintas e pintar dois quadros sem nunca mais repetir a tentativa? Que apelo emotivo teria sido para pintar o mesmo rosro em dois quadros que nunca mais tiveram seguimento? O que o teria feito debruçar-se tão demoradamente sobre duas telas e fazer figurar nelas a mesma pessoa? Tudo são perguntas que se podem e devem fazer, sem nos preocuparmos em esclarecer o que não está esclarecido. Os porquês, enquanto a verdade não for alcançada, serão uma perseguição que nos deixa insatisfeitos. Gostavamos de saber quem foi a retratada de Régio. O porquê da sua oferta. As razões que o levaram a pintar dois quadros e nunca mais voltar a pintar. O que o motivou a pintar o parzinho sentado num banco. O porquê daqueles olhos azuis quando tudo indica que a oferta foi feita a quem tinha uns olhos castanhos. A infinidade de perguntas levava-nos, possívelmente, a uma confusão mais intricada e perturbadora. E não vale a pena. O tempo passou, quem era já não existe e não passa de uma recordação que cada vez mais se dilui. Tal como os retradados. Há-de chegar um dia em que essas recordações deixarão de ser olhadas com a ternura que hoje por elas se tem, para daqui a umas dezenas de anos serem olhadas com indiferença e depois deixadas numa sala de arrumos antes de serem consideradas uns tropeços que estão a ocupar um espaço útil. É pena que se tenha de olhar friamente para o que hoje nos podemos comover. A vida é assim. Lancemos pois um olhar para esses quadros que as mãos incipientes de Régio pintaram com o amor dos seus treze anos e a paixão do artista que inflectiu o seu talento para uma outra área que lhe deu uma grande nomeada e o ilustrou. Se a nossa curiosidade não fica satisfeita, o nosso juízo fica mais valorizado, o que é muito importante.

Joaquim Pacheco Neves.
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NOTA - Hoje comemora-se o centésimo sétimo aniversário do nascimento de JOSÉ RÉGIO.

15 setembro, 2008

CLAUSTRO E FONTE MONUMENTAL DO CONVENTO DE SANTA CLARA

Fotografia em côr natural, por TEÓFILO REGO.
Postal panorâmico de generosas dimensões (22.5 x 16 cm ) da colecção PORTUGAL MARAVILHOSO.
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E assim, em 1714, chega a água ao Convento.
No mesmo B. Cultural, pode ler-se :
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Caiu água, pela primeira vez, na grande taça do Chafariz do claustro do Convento de Santa Clara.
Por tal facto, fez a Madre Abadessa uma grande festa, que havia prometido, a Santo António, sob cujo padroado tinha iniciado a obra quase 10 anos antes, em 19 de Dezembro de 1705. E ainda «ofereceu uma Ceia á comunidade, que constou de solhas, peixes fritos, ruivos cosidos, papas de leite, um pelício de confeitos e provavelmente água da fonte»...
dada a austeridade que regia aquela Ordem, temos de concordar que não foi mau...
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Nota-Penso que a Grande taça a que o texto se refere, será a que vemos na foto.

12 setembro, 2008

CONSTRUÇÃO DO AQUEDUTO


Li no Boletim Cultural da C.M. de Vila do Conde, o seguinte:
1705 - Começaram os trabalhos da construção do Aqueduto do Mosteiro de Santa Clara, desta vila.
1707 - É aberto novo Concurso para se ultimar o que faltava na construção do Aqueduto de Santa Clara, cuja empreitada foi adjudicada pela quantia de 4.400 reis a Domingos Moreira, de Moreira da Maia.
A partir desta data, Vila do Conde passa a ter abundância de água, porque no mesmo Boletim, também se pode ler :
1548 - A Câmara, em reunião efectuada neste dia (3),« resolveu acompanhar no dia seguinte o Védor de águas - que nesta vila se achava, por mandado da Rainha - a fim de assistirem à descoberta de nascentes necessárias para o abastecimento da Vila, que de pouca água dispunha»...
E logo, a 29 do mesmo mês e ano determinou: «que a fonte que ora tinha aberto à Torre desta Vila, se acabe, e se abra nos 18 palmos que o Védor das águas mandou abrir e da largura de 12 palmos»...

10 setembro, 2008

CURIOSIDADES

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Sabia que, em 1867 é inaugurado o Asilo da Ordem Terceira de S. Francisco em Vila do Conde, apenas com dois asilados?

08 setembro, 2008

ARTES E LETRAS

EVARIA HOENDEROP

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Desde recuados tempos que Vila do Conde mostra-se como uma atração dos pintores e dos desenhadores tanto nacionais como estrangeiros. Porque a sua luz é mais luminosa, porque os seus encantos são mais atraentes, porque os motivos que sobre ela chamam a atenção são mais delicados, os artistas que por cá passam armam os seus cavaletes junto dos recantos menos procurados, sobre as colinas mais salientes ou os interiores mais resguardados, e passam horas ou dias maravilhados a captar e a reproduzir os lugares que os encantam. .....................

.........................Mas são os da nova geração que mais se debruçam sobre a terra para lhes buscar os encantos e deles dar testemunho, mas nenhum como Evaria o faz. .................

.........................Vila do Conde já deve a Evaria Hoenderop um sinal de amizade e gratidão. A persistência que pôs para descobrir os lugares mais atraentes e belos da cidade, tem de chamar para eles a nossa atenção porque, se não nos maravilham, deixam-nos agradados. E isso tem o seu mérito e merece o nosso reconhecimento. Algum se lhe tem mostrado mas não tanto que seja concludente. Porque razão não se publicaran ainda uma séie de desenhos seus sobre Vila do Conde? Quando é essa artista, que melhor conhece a terra para onde veio morar do que muitos vilacondenses, é apreciada pelo seu valor? Será festejada algum dia? Deixo aqui a pergunta embora saiba qual seja a resposta.

JOAQUIM PACHECO NEVES.

Excerto do publicado no Boletim Cultural da Câmara Municipal de Vila do Conde,

05 setembro, 2008

NOS CÉUS DE VILA DO CONDE


Sabia que, em 1933 sobrevoa esta cidade, a baixa altura, o famoso «GRAFF - ZEPPELIN», célebre dirigível alemão que após ter planado uns momentos sobre a nossa praia seguiu lentamente para o sul.
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Excerto do publicado no Boletim Cultural da Câmara Municipal de Vila do Conde.

03 setembro, 2008

CONTRASTES


Edifício de Álvaro Siza Vieira.
Prémio Europeu de Arquitectura em 1988.

01 setembro, 2008

FIM DE FÉRIAS



Com "pic-nics", e fotos de grupo, era assim que os banhistas no princípio do século passado, se despediam de Vila do Conde.