31 maio, 2007

HOMENAGEM



2 DE SETEMBRO DE 1951.

No passado domingo, realisou-se, no nosso Ave, a Regata, integrada nas Festas que o C. F. V. levou a efeito em Homenagem ao Brasil e que tiveram o patrocínio do Diário do Norte e Jornal de Notícias.
Ás 3 horas da tarde chegou a Vila do Conde, seguido de uma longa fila de automóveis,o Sr. Consul do Brasil, Dr. Carvalho de Sousa, que expressamente se deslocou a esta Vila para assistir às festas.
Depois de se apear na Praça da República, cujas casas se encontravam engalanadas, o Sr. Consul, que era acompanhado pelo Sr. Bento Amorim, ilustre presidente do município, membros da Direcção C. F. V. e outras individualidades, dirigiu-se à Lingueta do Terreiro, por entre alas de remadores empunhando os remos, enquanto subiam no ar muitas dúzias de foguetes e a Banda dos Bombeiros executava o Hino do Clube.
Procedeu-se depois ao batismo dos dois magníficos "yolles de mar", cuja madrinha foi a Ex.ma Sra.D Mary Carvalho e Sousa, ilustre Consuleza do Brasil.
Os barcos passam a chamar-se "Brasil" e "Portugal", substituindo, assim, na sua função e nomes os velhos "runners" há pouco abatidos à flotilha fluvialista.
O Presidente do Clube, o Sr. Dr. Ramos de Almeida, usou da palavra, referindo-se aquela cerimónia e à honra que as altas individualidades davam com a sua presença àquele acto.
Seguidamente, os novos barcos, por entre palmas, foram lançados à água, dirigindo-se, rio acima, para a tribuna, perante a qual desfilaram.

RENOVAÇÃO-1951.

PS: Zé, assim fica datada a tua fotografia, e agora vou tentar identificar as pessoas.
Da esquerda para a direita: Celso Pontes (meu tio e vice-presidente do clube), Domingos de Oliveira (dedicado amigo da Biblioteca do C.F.V.), teu pai Correia Guedes (Juiz da Comarca), Consulesa e Consul do Brasil, Sr. Ramos de Almeida (Presidente do Clube) e o Sr. José Costa (o de bigode, segundo do lado direito).

30 maio, 2007

POR VILA DO CONDE



LAVRADOR.

É, sem dúvida alguma, Vila do Conde um concelho de importância considerável, seja qual fôr a faceta atravez da qual o queiramos analisar.

Essa importãncia, dia a dia, se vai acentuando pela união que vila e aldeias, em tempos grandemente divorciadas, vão pondo nos seus esforços sempre que do interêsse do concelho se cuide.

A´s aldeias, animadas duma evolução progressiva e fecunda, da sua iniciativa e recursos retirando por sistema, o melhor para as suas realizações, sobejam sempre apreciáveis reservas para a efectivação de certas obras que, interessando pricipalmente à Vila, podem ser rotulados de melhoramentos concelhios.

E apezar de, na sêde, por falta de recursos ou excesso de providencionalismo, o desejo de progredir quasi se limitar ao entusiasmo mais ou menos oratório, de certa parte dos seus habitantes, a verdade é que se assiste à exuberante actividade duma terra que, no seu conjunto, consegue impôr-se, fazendo desaparecer, dia a dia, as já poucas arestas em que vila e aldeias se entrechocavam.

O seu bom andamento exige que elas desapareçam para sempre, e, se alguma vez surgirem dissidencias, resolvamo-las de harmonia com a nossa posição adentro desta grande Família que deve ser todo o concelho.

Ha, porventura , alguem que no lavrador veja simplesmente o homen rude, falho de princípios, quasi indigno de consideração e direitos.

Acentuemos que o lavrador, na sua rudeza-e ha tantos consideravelmente ilustrados e educados-é um vilacondense como qualquer outro, com as mesmas regalias; que dentro do seu corpo, torturado por uma vida de intenso tabalho de sol a sol, regado ppelo suor do seu rôsto, suor que que purifica e dignifica, ha uma alma grande, duma grandeza que nem todos sabem mas precisam entender.

Ponhamos de parte genealogias tolas ou ascendencias que nada significam e vejamo-nos atravez do nosso valor intrinseco que será sempre e iniludivelmente o fruto de cada um.

E, se amamos verdadeiramente a nossa terra e queremos que ela caminhe na vanguarda, não esqueçamos nunca a parabola dos sete vimes : sigamos cada vez mais unidos.

S.

Renovação. 17/2/1934

29 maio, 2007

Ajuda !

Esta fotografia data do início da década de cinquenta , provávelmente , e mostra o meu Pai - então juiz da comarca - numa cerimónia oficial que suponho ter a ver com novas embarcações do Clube Fluvial Vilacondense .
Alguém poderia ajudar a identificar o momento , a data , e , se possível , os outros personagens ?
José Guedes

( Nota do Editor : texto e fotografia enviados por e.mail . Outros leitores que queiram enviar as suas fotos e textos podem fazê-lo através do endereço de e.mail que se encontra em "ver o meu perfil completo ", logo por baixo do menino do triciclo . O editor agradece a colaboração ).

28 maio, 2007

CURIOSIDADES

Desenvolvimento do publicado em 13-Maio.


As fotografias, ilustram o cortejo automóvel, com as individualidades locais e nacionais dirigindo-se para os Paços do Concelho, onde vão ter lugar as cerimónias de homenagem ao grande industrial nortenho, Comendador Delfim Ferreira. 27 de Maio de 1951.
O desfile automóvel que se vê nas fotos, ilustram a chegada à Câmara Municipal, pela rua da Misericórdia em carros abertos de Sua Excelência Reverendíssima o Arcebispo de Braga e Sua Excelência Reverendíssima o Bispo do Porto.
O Presidente da Câmara senhor Bento de Sousa Amorim e o homenageado, senhor Comendador Delfim Ferreira e outras individualidades deram entrada nos Paços do Município pela Rua da Igreja. Na cerimónia no Salão Nobre o ministro da economia e indústria Doutor Ulisses Cortez, condecorou o Comendador Delfim Ferreira com a Gran-Cruz de Mérito Industrial.
Finda a cerimónia, reorganizou-se o cortejo automóvel, percorrendo a rua Joaquim Maria de Melo (hoje, de S. Bento) , largo do Laranjal, Praça da República até ao largo da Estação de Caminho de Ferro (hoje largo Delfim Ferreira), onde se procedeu à inauguração solene do Bairro Social "Delfim Ferreira", pelo Ministro das Corporações e Previdência Social, Doutor José Soares da Fonseca e Benzido por Sua Excelência o Arcebispo Primaz de Braga, D. António Bento Martins Júnior. Dali, o cortejo automóvel partiu estrada fora a caminho de Mindelo, onde foi inaugurada a "Fábrica de Mindelo", solenemente Benzida pelo Bispo do Porto.

Fernando Azevedo.

Para mais detalhada informação, consultar "Renovação" de 2 Junho de 1951.

25 maio, 2007

A CURVA DO CASTELO


Aqui, começava a desenhar-se a famosa curva do Castelo. Todos nos lembramos dela, enquanto palco, dos não menos famosos, circuitos de Vila do Conde.
HOJE, JÁ NÃO EXISTE.

23 maio, 2007

HOTEL DA AVENIDA

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HOTEL D´AVENIDA, situado na rua de Bento de Freitas, é pela sua posição, grandeza, condições hygienicas e explendidas vistas, um hotel de primeira ordem.
O edifício, como se pode julgar pela gravura, é amplo, com muitas e rasgadas janellas e portas, tendo entrada tanto pela rua de Bento de Freitas (frente sul) como pela nascente, sendo naturalmente a entrada principal, feita por este lado.
O seu aspecto exterior dá uma ideia do seu interior ; tem quarenta quartos todos com janellas, estando portanto nas melhores condições de luz e ventilação, são espaçosos, altos, com muita capacidade d´ar, bem mobilados, notando-se em todos aceio e limpeza.
As vistas, que se disfructam das janellas d´este hotel, são muito pittorescas e impressionam agradávelmente. Fica-lhe fronteira e completamente a descoberto a Avenida Júlio Graça, com os seus largos e arborisados passeios, macissos d´arvores e flores, podendo até do hotel gosar-se a concorrencia dos frequentadores d´este passeio e ouvir e apreciar a musica, que aos domingos e quintas-feiras, na epocha balnear, se desempenha n´um elegante coreto, quasi fronteiro ao mesmo hotel.............
........Nos baixos d´este hotel, está montado um espaçoso salão para café, tendo dois bilhares, e outras grandes salas para jogos, e sala de jantar com bastante luz, podendo comportar muitas pessoas. ..................
É proprietário d´este hotel o Sr. Joaquim Luiz de Souza, presidente actual do município d´esta villa, sendo incansável em proporcionar aos hospedes todas as commodidades, e satisfazer todas as reclamações, quando sejam justas. .........................
excertos do
Commercio de Villa do Conde.
1/9/1907.

22 maio, 2007

VISTA AÉREA

Já com alguns anos, esta fotografia mostra-nos ainda, enormes espaços verdes.

20 maio, 2007

PIRÂMIDE

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Neste ano de que tratamos, da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1838, reinava em Portugal, Sua magestade Fidelíssima a Rainha D. Maria II, filha do Rei Soldado.
Este quando fora da sua empresa de desembarcar na costa portuguesa para expulsar o seu irmão D. Miguel, Rei legítimo e absoluto, à antiga portuguesa, tentara desembarcar em Vila do Conde, mas a guarnição do forte de S. João Baptista e a oposição do brigadeiro legitimista, José Cardoso de Menezes, fez com que fosse tentar o feito em outra parte, que foi em Pampelido, mais a sul.
Uma pirâmide ainda hoje existente e que era uma das que estavam colocadas na entrada da ponte de pedra caída, pela acção do temporal e má construcção dos alicerces, do lado de Vila do Conde, comemora o feito dos legitimistas.
Esta pirâmide, a que dão o nome de Memória está colocada entre o Castelo e a Capela de Nossa Senhora da Guia, junto à praia. Além dos insultos dos tempos e dos homens, o fogo do Céu já lhe arrancou a esfera armilar que tinha no seu cimo. Dizem que teve uma lápide com quaisquer dizeres, mas nunca a conheci, só agora, 1951 é que a vi, colocada ou mandada colocar pela Cãmara Municipal, naturalmente coisa nova.
Esta mesma Câmara, com gente de outa época, em 1838, requereu, em virtude das reclamações dos povos interessados, a retirada do rio, das pedras que tinham pertencido à ponte caída, e entulhavam o mesmo ; formoso Ave, e iam-no enchendo de bancos de areia, para gáudio dos amantes da natação.
A retirada da pedraria, produzia dois efeitos muito apreciáveis; permitia a livre passagem das águas, dando-se o desassoreamento, e contribuia para a construção do cais em projecto.
Sua Magestade, dando permissão para a retirada das pedras, recomendou com instãncia que primeiro se levantasse o paredão na entrada da barra.......

COISAS DO PASSADO-GENTE HUMILDE.
notas por JOÃO DOS REIS.

18 maio, 2007

MEMÓRIAS


Na fotografia anterior, será que a última casa do lado esquerdo, será , a mesma que vemos nesta como a primeira do lado direito?

17 maio, 2007

MEMÓRIAS

Não consegui recuperar a fotografia, mas penso, que mesmo assim, conseguirá dizer-nos de que rua se trata.

15 maio, 2007

CAMPO DA FEIRA

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Quando assim se chamava, antes da actual reforma, o cais não tinha parapeito e possuia bancos de pedra na extremidade do passeio do cais.
Os lavradores abriam saquinhos donde tiravam reluzentes e belas libras esterlinas, «de cavalinho» para pagamentos de gado.
Desconfiados, batiam com elas em cima da pedra e... que bem que elas soavam.

HISTÓRIAS CONTADAS PELO COMANDANTE JOÃO DOS REIS.

13 maio, 2007

CURIOSIDADES


Ainda nas proximidades da Praça Nova. Não sei o ano, nem a razão deste desfile, mas, tal como hoje, os carros eram espectaculares.

11 maio, 2007

PRAÇA NOVA





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...Que chamavam também largo do Senhor da Agonia e hoje se denomina praça Vasco da Gama, era conhecida sómente como largo, não havendo jardim. O que tinha, era, pelo Nascente, Norte e Poente, um renque de amoreiras que, na época própria, servia de exercício à garotada para colheita das amoras. Dizem que estas amoreiras, foram mandadas plantar por ordem do Marquês de Pombal.
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HISTÓRIAS CONTADAS PELO COMANDANTE JOÃO DOS REIS.

07 maio, 2007

OS ENCANTOS DE VILA DO CONDE



Vila do Conde, essa feitiçeira de além Ave, possui um não sei quê de misterioso e de atractivo, que prende e fascina o forasteiro mais exigente.
O porquê desse mistério e dessa atracção, , com franqueza não sei bem explicá-lo.
Sei apenas que Vila do Conde, não só no transcorrer da estação primaveril, como também em pleno estio, como ainda no período outonal, é sobejamente linda. Linda em toda a acepção do vocábulo. Em qualquer dos tempos mostra, com nítida exuberãncia, os fulgores da sua sedução, os efeitos mágicos da sua ostentação.
Vila do Conde, tanto no tocante aos seus valores artísticos - a recordarem-nos a majestática grandeza de antanho - como no referente aos seus encantos naturais - nos seus vários aspectos - não há dúvida, ressuma beleza a rodos!
Dirão agora, em soblóquio, os meus prezadíssimos leitores :
-Este homem está inteiramente obcecado! Pois se há por esse país fora tantas terras bonitas!
É verdade. Há de facto, muita terra bonita, não contesto. O que indubitávelmente não há, por certo, é nenhuma com um conjunto tão harmonioso de predicados como este que Vila do Conde orgulhosa e ciosamente reúne.
Até a clareza do sol parece diferente, diferente parece o ar que se respira!
São tantos os factores a torná-la bela, que não é possível, com justeza, fazer-se uma destrinça para salientar ou realçar um deles.
A quietude dos seus típicos arruamentos; a preciosidade austera dos seus monumentos; a opulência das suas casas senhoriais; o seu tão apreciado artesanato; o seu característico folclore; a sua fecundante e activa lavoura; a lhaneza de carácter do seu povo hospitaleiro; a sua notável história; as suas ricas tradições; tudo isto, em suma, creio bem, deve reflectir-se nessa inexplicável magia que de um modo especial e transcendente envolve a nobre terra de Vila do Conde.
O rio Ave, com a voluptuosa brandura da sua corrente; com os seus açudes, moinhos e cachoeiras alvinitentes; com as suas margens sombreadas por maçiços de verdura a encobrirem paradisíacos miradouros, onde se refugiam poetas e pintores em busca de inspiração; outrosim fornece ou deve fornecer valioso contributo para esse místico encantamento que faz de Vila do Conde uma terra de sonho, uma terra de recreação, uma terra inesquecível, uma terra, enfim, que por via desse adorável conjunto de valores materiais, espirituais e naturais, mereceu - aliás com muita propriedade - a suavíssima e poética cognominação de PRINCESA DO AVE.
Horácio Marçal.
Renovação-8.1.1972

05 maio, 2007

RUA DOS PELAMES


( No canto inferior direito da fotografia, vemos uma passagem, num plano abaixo em relação à estrada em que circulam os carros, é aí a Rua dos Pelames ).
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Como que seguíssemos para a Estação de Caminho de Ferro, fica-nos á direita a margem do rio limitada pelo cais com um varandim de cimento armado com parapeito, e à esquerda a antiga rua dos Pelames. Esta rua fica-nos muito abaixo e atingimo-la por duas rampas, uma pelo Nascente, mais suave, e outra pelo Poente, mais ingreme. Nos prédios desta rua, que fica nas faldas do monte do Convento, lado sul, expunham antigamente calçado à venda, sobretudo tamancos assim como peles etc, (daí o seu nome).
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Histórias contadas pelo Comandante João dos Reis.
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( NOTA-Na placa toponímica que nos indica a rua, talvez por faltar alguma tinta no baixo relevo das letras, li Rua dos Plames, o que , penso, será um erro. «erro por via oral» )

03 maio, 2007

ENCANTOS


Vila do Conde, fresca e airosa,
Tua beleza não tem rival,
És a mais linda e a mais formosa,
Das lindas terras de Portugal.
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São tuas filhas, as rendilheiras,
É o teu Ave todo cristal,
E no Convento d´antigas freiras,
Vive o passado de Portugal
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Renovação 9.2.1974

01 maio, 2007

CURIOSIDADES

PISCINA DE VILA DO CONDE
Ao findar 73, baixou à Repartição competente o projecto da piscina a construir na praia de Vila do Conde, e que será um excelente apoio aos blocos residenciais que surgirão breve na Av. Brasil, alguns deles com quinze andares.
Renovação-12.1.1974.