31 março, 2007

HOSPITAL DA MIZERICORDIA

(Excerto do Commercio de Villa do Conde, de Março de 1907)


O edificio, como se vê na gravura, é antigo e mais parece uma egreja que um hospital, exteriormente.

Tem um corpo central mais elevado, e dois lateraes. No primeiro vê-se a porta d´entrada encimada por uma janela sobre a qual está um nicho com a imagem de Nossa Senhora da Conçeição terminando este corpo em angulo agudo, e no vertice havia uma cruz, que mais lhe imprimia o tom de egreja, não faltando até o sino que se vê, n´um dos corpos lateraes.

Tem interiormente dois salões, servindo um para enfermaria de homens e outro contíguo para enfermaria de mulheres, havendo uma porta de comunicação sobre a qual se vê, um retato a óleo do fundador Diogo Pereira.

Na enfermaria de mulheres ha um altar guarnecido de talha dourada com a imagem da Conçeição, onde se diz missa.

Na enfermaria de homens, ha uma espécie d´altar com a imagem do Crucificado. Esta enfermaria não tem nem luz nem ventilação precisa. Além destes dois salões tem quarto d´operações hoje em condições muito regulares, quartos particulares, consultorio, casa mortuaria, cosinha e dispensa. O movimento dos doentes pode calcular-se entre 15 a 20 por mez. A estatistica dos operados é hoje importante e coroada de melhor exito.

O actual hospital, apezar de muitas reformas que tem soffrido, não está nas condições d´um verdadeiro hospital.

Era de toda a conveniência que fosse por diante a ideia d´um hospital novo, attendendo ao crescente movimento de doentes pobres, e exigencias da sciencia moderna. A falta d´um pavilhão para isolamento das doenças infeciosas é muito sensível, e nem hoje se pode admitir um hospital sem esta dependencia.

Os antigos regulamentos devem ser reformados e actualizados, porque está em harmonia com os progressos das sciencias medicas e prejudicam muito a pobreza....................


Depois aconteceu:

E agora ?

29 março, 2007

CAMPO DE JOGOS

O TÉNIS


Que saudade!


Recordo o Sr. Jacinto, que ajudava os meninos a "apertarem" os patins, recordo a camaradagem (palavra antiga), recordo os joelhos ensanguentados, enfim... tenho saudade.
E aqui, também, muitos dos homens de hoje , moldaram o seu carácter.


Na fotografia de baixo, vê-se os "banhistas" jogando o ténis, então, desporto de élite.




27 março, 2007

MEMÓRIAS

Fotografia de Carlos Manuel.

A foto não será muito antiga, mas talvez já não se recorde deste cruzamento, tal como pode observar no centro da mesma.

25 março, 2007

AZENHAS




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Edificadas sobre o leito do rio, a poucos metros de distância da aresta do passeio da antiga rampa, que pelo lado poente dava acesso á ponte de pedra, que uma enchente do Ave fez desabar, constituem uma importante propriedade industrial de moagens de cereaes. Constam de tres casas de azenhas de doze rodas e treze mós tendo como annexo, alem de outros uma casa separada, na qual se acham instalada a fabrica de moagens movida a vapor, e que só moe durante a estiagem quando a água do rio é insufficiente para pôr em movimento todas as rodas das azenhas.
A edificação tanto d´estas como da margem esquerda, não representadas na gravura (a última imagem) dista de mais de quatrocentos annos. Pertenceram as que tratamos ao Real Mosteiro de Santa Clara d´esta villa, e foram há mais de quarenta annos arrematadas, em virtude das leis de desamortização pelo fallecido dr. José Joaquim Figueiredo de Faria, marido da actual possuidora a Ex. Senhora digna de todos os respeitos pelas suas virtudes.
As azenhas da margem esquerda pertenceram á illustre Casa de Fermença do concelho de Barcelos, e foram há poucos annos adquiridas por compras pela mesma exm Sr D. Joaquina de Castro Faria.
Entre estas e aquellas azenhas prolonga-se, em diagonal, o açude, a toda a largura do rio, o qual fornece a água para a laboração das azenhas, e d´elle resulta a queda d´água representada na gravura, queda d´água, que é d´um bello aspecto quer a observemos a distancia da ponte metallica ou do Recreio, quer a vejamos mais próxima, de qualquer das margens do rio, a jusante d´ella.
È este açude aquelle que limita a parte navegavel do rio e a contar da foz, privando bem como o de Retorta que o Ave seja navegável, pelo menos até ao aprazível logar de Espinheira, o que constituiria para nós e para a colonia balnear mais um lindo passeio de barco, no qual se poderiam bem apreciar todas as belezas das margens do rio desde a sua foz até ao referido logar de Espinheira.

COMMERCIO DE VILLA DO CONDE.
06-01-1907.

23 março, 2007

CURIOSIDADES

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No canto superior direito do desenho, pode ler-se :

Reconstituição da Matriz de Vila do Conde como devia ter ficado depois de lhe terem construído a torre que devia ser em estilo manuelino, e para fora da frontaria.

Não possuo qualquer informação acerca do acima referenciado, portanto, seria interessante se alguém pudesse acrescentar alguma coisa, data, autor, para melhor entendermos o desenho.

José Cunha.

21 março, 2007

VILA DO CONDE E O SEU MONUMENTO AOS MORTOS DA GRANDE GUERRA



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É um padrão de granito simples mas elegante nos seus motivos ornamentais, saído de pedreira concelhia e trabalhado por artífices muito nossos. Tem na base a Cruz de Malta, quarteada por três degraus inter-cortados por floreiras e da sua base ergue-se aquele marco patriótico e bairrista de quatro faces, encimando na frente as Armas de Vila do Conde e em alto relevo uma grande espada de bronze em estilo medieval, toma toda a altura.
Aos lados, duas cruzes de guerra e na do fundo a esfera armilar.
Rodeiam o monumento um belo piso em pédrinha de basalto, árvores frondosas que no verão nos dão boa sombra, canteiros floridos e alguns candeeiros eléctricos que nocturnamente fornecem ao local coada luz, convidativa a profunda meditação do evento histórico.
por ARTUR BONFIM em "FACHO".

19 março, 2007

100 ANOS



Commercio de Villa do Conde.
17-03-1907.

18 março, 2007

CARAS


Fotos obtidas em 1981, por Carlos Manuel.
Muito conhecida "figura" de Vila do Conde e, tal como nós, está envelhecendo.
Já identificou ?

16 março, 2007

PROCISSÃO DE CINZA





A procissão de Cinza, que de ha muito gosa de renome justo, trouxe este anno como, já dissemos, á nossa terra uma affluencia consideravel de forasteiros, constituindo para o commercio local uma optima fonte de receita.
Nem sempre esse commercio tem comprehendido a utilidade de promover e sustentar essas e outras festividades, ainda ha custa de alguns sacrificios que seriam largamente reproductivos de excellentes compensações; e bem pelo contrario, um certo, indesculpavel retrahimento se tem por sua banda affirmado, com prejuiso sensivel doos seus proprios interesses.
A procissão de Cinza deveria realizar-se todos os annos, e ao commercio local e á Companhia do Caminho de Ferro do Porto á Póvoa e Famalicão cabia principalmente o dever de supprir, com um pouco da receita que colhe, a insufficiencia de recursos com que lucta a Ordem Terceira.
A procissão de Cinza merece ser vista, e para que nada perca da sua imponencia, necessario e justo se torna que, os que tem a seu cargo o arranjo de andores, a exemplo do que ainda esta anno fez, por si e com o adjutorio, que sollicitou, de pessoas das suas relações, a ex,ma snr D.Thereza de Freitas Faria, digna proprietaria do conceituado Hotel Central, no lindo andor de Santa Angela.
Isso contribuiria para manter, na justa altura da sua imponencia, um dos mais conhecidos e magestosos prestitos religiosos do norte do paiz, como é sem duvida a nossa procissão de Cinza...

Março de 1910 (ILLUSTRAÇÃO VILLACONDENSE)

14 março, 2007

SONHO DE RÉGIO




...e o sol desmaia na cal
da capela a branquejar
da Senhora do Socorro,
onde sonhei me ir casar...
José Régio

12 março, 2007

ENCANTOS


De qualquer ângulo, a qualquer distância, fotografar Vila do Conde é sempre um encanto.
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10 março, 2007

EÇA VISITA ANTERO

QUANDO ANTERO DE QUENTAL VIVIA NA PRAÇA VELHA

Passaram anos em que não vi Antero, instalado então em Vila do Conde. Sabia que o meu amigo estava quase são, quase sereno. Mas foi uma preciosa surpresa quando, ao fim dessa separação, chegando ao Porto e correndo com Oliveira Martins a Vila do Conde, avistei na estação um Antero gordo, róseo, reflorido, com as lapelas do casaco de alpaca atiradas para trás galhardamente e meneando na mão a grossa bengala da Índia que em Lisboa eu lhe dera para amparar a tristeza e a fadiga. Era uma regressão, quase o antigo Antero coimbrão, mais amadurecido, mais doce: apenas, no lugar da fulva grenha flamante e romãntica, alvejava um sereno começo de calva socrática. Era sobretudo uma ressureição moral, à velha maneira de Lázaro, uma miraculosa saída do túmulo pessimista e das sombras da negação. Findara a luta implacável: o seu grnde coração, enfim, descansava em paz!
Caderno de cultura. (Suplemento do Jornal de Vila do Conde).

08 março, 2007

300 ANOS



FARMÁCIA RAMOS
A farmácia Ramos em Azurara é uma das farmácias mais antigas de Portugal pertencendo sempre á mesma família.
A fundação da "Botica de Azurara" é anterior a 1711. Localizada actualmente junto à ponte sobre o rio Ave (há cerca de 80 anos), funcionava anteriormente na Rua Dr. Américo Silva (antiga rua Direita) no centro do núcleo populacional de Azurara.
Dr. Jorge Manuel Ramos Ruiz.

05 março, 2007

CARAS



Diga-nos quem é ?
Comente.
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03 março, 2007

A PORTUGALIA




A Portugalia, estabelecida ha meia duzia de annos sómente, é a unica fábrica de lapis que existe em Portugal. Foi lançada de um só jacto que lhe fixou as proporções necessarias para o fabrico de muitos milhões d´aquelles pequeninos instrumentos tão indispensaveis às lettras, ao commercio, e á sciencia, ás artes e ás industrias, e que ainda ha bem pouco tempo eram importados do estrangeiro em grande escala.
O principal fundador da Portugalia, seu gerente e tambem seu principal proprietario, é o senhor doutor Figueiredo de Faria que a mandou edificar em terreno seu, defronte da nossa estação ferroviaria.
A Portugalia, dotada dêsde o começo com os mais aperfeiçoados machinismos, trabalhando a mais excellente materia prima, servida por technicos competentíssimos trazidos do estrangeiro, não podia deixar de corresponder à esperançada espectativa de todos aquelles que anceiavam por vêr o lapis nacionalizado, o lapis e muitos objectos de escriptorio, taes como reguas, esquadros, pota-pennas, etc.
E, de facto, se não fôsse a marca da fabrica, quem seria capaz de apartar os seus productos d´aquelles que veem de fóra, d´outros paizes ?
A Portugalia pode hoje concorrer honrosa e dignamente a todos os mercados e a quantas exposições houver no mundo.
Muitas famílias de operarios vivem do trabalho que esta fabrica lhes vem proporciponando........
Mancellos. (ILLUSTRAÇÃO VILLACONDENSE-Janeiro de 1913)

01 março, 2007

LAVADEIRAS NO RIO AVE


QUE SENTIMENTOS ESTAS IMAGENS LHE DESPERTAM?