29 outubro, 2010

AS RENDAS DE VILA DO CONDE.


UMA LINDA INDÚSTRIA PORTUGUESA.
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É assim o título de um artigo publicado na ILUSTRAÇÃO PORTUGUEZA de Fevereiro de 1920, que o nosso conterrâneo senhor Pinto Fernandes (Filatelista criterioso, e grande coleccionador de postais de Vila do Conde) fez o favor de me enviar.
Quer as fotografias, quer o texto que abaixo transcreverei - só actualizarei a ortografia - fazem parte dessa edição.
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A indústria das rendas é uma das mais interessantes do nosso Portugal e grande fama têm as de Peniche e Vila do Conde, pacientemente feitas a bilros, levando por isso as lampas às de Valência onde são todas de fabricação mecânica.
Em Vila do Conde inaugurou-se há pouco uma Escola de Rendeiras, o que só concorre para que sejam em breve prodígios as obras que as mãos mimosas das vilacondenses executem. Que todas ali fazem renda. As pobres para agenciar a vida, as ricas por diletantismo, para passar o tempo e ornamentar a roupa.
Não há muito realizou-se uma exposição e a ela concorreram todas as oficinas de manufactura local. Damos hoje alguns modelos dos trabalhos expostos pela casa Flores Torres que é como se vê das que mais concorre para o desenvolvimento da lindíssima e apreciada indústria.

9 comentários:

Faria Correia disse...

Pelas revistas antigas, tal como a referida, podem ver fotografias de panos de rendas deslumbrantes.
Todos esse trabalhos existiam na posse da Escola de Rendas. Depois do 25 de Abril, inexplicavelmente, muitas delas desapareceram. Aonde e quem é responsável?!...

Faria Correia disse...

Faltaram duas palavras na frase:
Aonde estão e quem é o responsável?!... Mea culpa.

Anónimo disse...

Por nada ter a ver com o 25 de Abril, mas sim com tudo aquilo que se seguiu depois, com os cambalachos do poder estabelecido, à mistura, etc., nada é inexplicavel ao comum dos mortais.
Portanto, tentando responder às perguntas de
Faria Correia, poderemos adiantar de que na ocasião, algumas destas valiosas Rendas, após terem estado devidamente encaixilhadas, numa Exposição em Vila do Conde, teriam seguido para a antiga Bibliotéca Municipal, então sita no Largo de S. Sebastião.
Dias depois, constatou-se o seu desaparecimento, restando a dúvida se as Rendas teriam sido surripiadas durante o trajecto ou no próprio edifício da Bibliotéca.
Pelo evidente desinteresse em se aprofundar a averiguação de tão importante e valioso desvio, mais se arreigou a convicção de que este acto, tal como aqui e ali se susurrava, teria sido praticado por algum apaniguado do regimen instalado.
Portanto, tal como o Constantino,
a «Face Oculta» já vem de longe...
Cumprimentos,

a) Cereja
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Faria Correia disse...

Caro Amigo Anónimo Identificado.
A explicação que agora nos oferece, também eu a sabia desde há muito; sómente não a quis referir, dado que ninguém nessa altura tomou as medidas que deviam e podiam ter sido activadas.
Contudo, há sempre uma capa que tapa e outra que destapa... Aguardemos melhores dias.

Anónimo disse...

Acreditando nesse dito popular,
e conhecendo a «Capa que tapa»,
aguardemos a tal «Capa que destapa»,
para sabermos quem surripiou à sucapa...

Aguardando,

a) Cereja
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Anónimo disse...

Em vez destes dois ilustres sabichões, conhecedores de tudo que por cá se passa, passou ou passará, coniventes, por omissão, do que se "passou" estarem a debitar histórias, deveriam procurar saber a verdade à cerca do património da Escola junto das responsáveis à época, pois uma ainda é viva e por certo os esclarecerá.

Anónimo disse...

A pessoa que escreveu este último
comentário, parece ter ficado um
tanto ou quanto dorida.

Faria Correia disse...

Caro senhor anónimo.
Alguém disse um dia que a arma dos coberdes e dos ignorantes é o anonimato.
Subscrevo a frase citada e identifico-me com o pensamento nela contido.
Não tenho o dissabor de saber quem anonimamente, para não dizer cobardemente, envia epitetos de sabichões. Todavia, até hoje, ninguém conhece, seja o que for, da sua lavra. Cresça e apareça.

Anónimo disse...

Fazendo fé naquilo que cobarde ou anónimamente por aqui disseram, fiquei hoje a saber, que, embora sem ter tal presunção, também sou um «ilustre sabichão»...
A verdade é que tal pessoa, embora mostrando-se um tanto empertigada,
até nem foi assim malcriada...
Perante aquilo que nos diz saber,
e para que também não venha a ser injustamente acusada de «conivente, por omissão, do que se passou», deverá antes colaborar
para se «saber a verdade», já que
diz conhecer a fonte dessa mesma verdade.
E, se esta anónima pessoa, também for Vilacondense, por certo estará igualmente interessada na proteção do património que nossos antepassados gostosamente nos legaram.

a) Cereja

(assinei...)