27 fevereiro, 2007
25 fevereiro, 2007
CRUZEIRO
23 fevereiro, 2007
FORTE DE S. JULIÃO DA BARRA
Num artigo do Dr. Costa Maia, publicado no jornal vilacondense «Novo Rumo» de 7-XII-1935, lê-se o seguinte:
«...Muito antes de existir o Castelo de Vila do Conde, muito antes até do condado portucalense, havia o forte de S. Julião da Barra, assente no mesmo patamar nativo, em que se encontrava a Ermida de Nossa Senhora da Guia. Vê-se no adro desta capela, no parapeito do lado nascente, uma barbacã-chamemos-lhe assim-para dali, de muito perto, serem disparados tiros de peça contra embarcações que tentassem forçar a entrada ou a saída da barra...»
Eugénio da Cunha e Freitas, em HISTÓRIA E PATRIMÓNIO.
21 fevereiro, 2007
CURIOSIDADES
Sobre os penedos que se encontram à beira da Capela da Guia, a SE, mandou construir uma plataforma de cimento armado, para os aficionados da pesca, o falecido Sr. Joaquim Ferreira (de Riba de Ave ) .
Eugénio da Cunha e Freitas, em HISTÓRIA E PATRIMÓNIO.
19 fevereiro, 2007
17 fevereiro, 2007
O CARNAVAL
O Carnaval teve já entre nós seus tempos aureos, em que guisalhava pelas ruas, com enthusiasmo e espirito, o seu maillot tintinabulante, enchendo o ar como ruido do seu evohé alegre.
Pelas ruas, e em casas particulares e bailes publicos, exhibiam-se n´esta quadra trages vistosos e extravagantes, allusões pittorescas, cavalgadas de effeito, e no ar cruzavam-se as serpentinas, n´um tiroteio nutrido, choviam os confettis, os jactos perfumados das bisnagas arrancavam gritos irritados e os cartuchos de pós deixavam por toda a parte a sua mancha alvacenta.
Tudo foi passando, e o Carnaval arrasta-se hoje, apelintrado e dissaborido, sem chiste e sem vida, toda a gente recluindo-se n´uma sisudez apavorante.
De vez em quando, no Affonso Sanches, improvisam-se uns bailes, que já não tem todavia, a concorrencia e graça ads antigas reuniões d´esta epocha.
Carnaval de outros tempos, em que a mocidade ainda não tinha morrido, e nem toda a gente julgava incompativel as suas folias estrepitosas com a grave sisudez dos seua cargos, bom Carnaval da mocidade que passou-como nós temos saudades das tuas partidas brejeiras, das tuas alegrias, do teu bello enthusiasmo tolieiro !
ILLUSTRAÇÂO VILLACONDENSE (Fevereiro de 1911).
14 fevereiro, 2007
12 fevereiro, 2007
RENDA DE BILROS
10 fevereiro, 2007
CURIOSIDADES
Três arcos do aqueduto, em ambiente campesino do Concelho de Vila do Conde, com a particulariedade de apresentarem, «janelas», na parte superior.
VILA DO CONDE-HISTÓRIA E PATRIMÓNIO.
Eugénio da Cunha Freitas.
(Conseguem situá-los?).
O RIO
VILA DO CONDE.
São atraentes, inspirativas, as margens do seu Ave, que já na velha «Monarquia Lusitana», de Frei António Brandão, se dizia ser dos «rios mais alegres e capazes que há nas Terras de Entre-Douro e Minho».
Dezembro de 1948.
Pereira Júnior.
06 fevereiro, 2007
O CARRO AMERICANO
(Uma foto publicada na imprensa do Gró-Gró passando na Praça de S. João )
...Falando nos americanos , veio-me à lembrança o Gró-Gró.
Quem se lembra deste inefável monstro , a quem se chamava também o «focinho de porco»?
Pois em 1928 alguém se lembrou de transformar um dos americanos fechados num «autobus» , nem menos , para servir os utentes que se serviam do combóio e trazê-los da Estação para a praia.
Foi um alvoroço a sua aparição , pelo movimento e pelo barulho. Que barulhada infernal - cremos que a sua passagem se ouvia em toda a Vila.
Mas não durou muito a vida trepidante do Gró-Gró . Matou-o uma tragédia de que foi protagonista , que fez tremer e unir toda a população da nossa Terra , num momento de convulsões políticas gerais.
Transcrevemos uma nota de um dos nossos jornais locis de 11/9/28 : «Pelo meio-dia quando um menor de 9 anos , de nome Salvador , saía de uma mercearia à Praça de S. João , foi colhido pelo americano movido a gasolina , traçando-lhe as duas pernas . A ambulância dos bombeiros conduziu o infeliz ao hospital do Porto. O condutor foi preso até se averiguar da sua responsabilidade . Este americano anda por vezes com demasiada velocidade que o carro , linha e terreno não comportam , e nada nos admira se um desastre maior se venha a dar».
Talvez não fosse só esta facada que matou o «focinho de porco» , é possível que a sua rentabilidade fosse insuficiente para mantê-lo em circulação.
O que é facto é que este desastre abalou profundamente o nosso meio e o Gró-Gró deixou de ser motivo de galhofa. Morreu.
Mas aqui está a lembrar uma època da nossa Terra , a imaginativa nem sempre bem sucedida dos homens e um momento de viragem no nosso país , dividia em campos hostis que se enfrentavam ainda com vigor.
A nossa viragem foi o encontro e o cimentar de amizades que perduram , como aquela que nos une a tantos que não se zangarão por distinguirmos o Viriato Araújo Tomé e o Manuel Carvalho Paiva , com quem desde sempre andamos metido a lidar e a querer dar rumo significativo a coisas de Vila do Conde...E por onde andamos , deixamos pégadas , ainda que , quem as deixa , nem sempre recebe a compreensão dos seus conterrâneos , o que jamais nos afligiu , pois nem era nosso propósito nem pretendíamos colher benesses , apenas , dentro do possível , sermos úteis à nossa Terra. E porque a temos servido , sentimo-nos realizados , tal qual se pode dizer dos Americanos no seu tempo , que por terem sido úteis , são aqui lembrados.
Celso Pontes.(em SUPLEMENTO DO COMÉRCIO DE VILA DO CONDE).
04 fevereiro, 2007
O CARRO AMERICANO
(fotografia do princípio do séc-XX).
Óh e ou ai!
Ou ai meu bem!
O carro americano
Vai p´ra Póvoa sem ninguém.
---------------------------------------------------------------------------(cantiga revisteira da época)
O que havia nesses tempos por esse estirão de caminho , hoje uma rua entre-cidades ?
Depois da escola dos Sininhos e da loja de ferragens e de ferramentas para agricultura do senhor António Ferreira , apenas a estação , com chamávamos ao casarão onde se recolhiam os carros e os cavalos comiam , eram escovados , secos e tratados , com uma casinha insignificante em frente. A seguir uma casa a bordejar a estrada em Alto de Pêga , mais duas pobres casas onde fica a Agros , duas lojas no ramal que vai para as Caxinas: Uma de vinhos com ramo de loureiro à porta da família Eusébio , e a outra de ferragens e oficina do senhor José Morais , Patriarca da família Morais , em Portas Fronhas;em frente a estas o edifício das «goelas de pau» onde se fazia a cobrança do imposto camarário , do lado sul , e do norte a quinta dos Carvalhos.
E dali até ao liceu , uma incaracterística fábrica de cortumes , quatro casas térreas e a casa do tio Zé. Sem falar do rego d´água que corria à borda do Liceu , do lado Sul , onde apanhávamos no seu lodoso leito e ervosas margens amuros , a que chamávamos cabeçudos , e sanguessugas , e que , para arreliar os nossos camaradas da Pòvoa , numa amizade que perdura até hoje , cada vez mais estreita , davamos-lhe o nome de rio da Póvoa de Varzim.
Mas tudo isto era um mundo , o nosso mundo , onde todas as aventuras eram possíveis , até jogar a bola num largo tão pequeno , com um cruzeiro ao meio , que pasmamos , ao vê-lo hoje , como tal era possível-o Largo de S. Braz. E as nossas levadas quando vínhamos em romaria à feira dos 20 de Janeiro , a dos namorados e das colheres de pau , e a mais próxima do 9 de Abril , onde vendíamos o simbólico capacete para os combatentes da 1. Guerra Mundial , a pedido do Major Napoleão , gaseado dessa guerra e nosso professor de ginástica.
Não é por saudosismo , dizíamos , mas para se ver melhor a evolução das técnicas e o desconforto de então para o compararmos com o que hoje possuímos.
Os meios de transporte eram estes e havia quem fizesse o trajecto à «pata» ; as instalações do Liceu carentes de tudo , menos de amor e solidariedade humana.
Que dedicados , competentes , sabedores , pedagogos , os Professores (com letra grande , claro) que tivemos , e que camaradagem entre alunos e a maior parte dos professores.
Que galeria extraordinária está a passar na nossa recordação!
CELSO PONTES.
02 fevereiro, 2007
PONTE DE RETORTA
Cliché de António silva (Porto)
(Tem um desenho semelhante à que se construiu em 1821 , entre Azurara e Vila do Conde)
Esta ponte , propriedade da «Companhia Rio Ave» , mas franqueada ao público , foi construída pelo Sr. Eng. Carlos Corte Real , em 1935 , a expensas da mesma Companhia , e é curioso , até , que , quando estava em construção , na mesma altura em que estava a ser construída a actual ponte da Trofa (ponte que substituiu a Ponte Pênsil) , uma ensecadeira desta última (talvez de uns 7 m de comprimento x 3 de largura) veio rio abaixo , e ao embater num dos pegões da ponte da Companhia , destrui-o por completo. Informou-nos o Sr. Eng. Corte Real que , entre 1880 e 1889 , a uns 100 m aproximadamente a montante da mesma ponte , existia outra , enquanto esteve em construção o edifício da Companhia.
Eugénio da Cunha e Freitas, (VILA DO CONDE -HISTÓRIA E PATRIMÓNIO).
-----------------------------------------------------------------------------
NOTA-Em Abril de 1962 , por altura de umas cheias , estava eu e meu avô Arlindo Moreira da Silva ,(Guarda Florestal ) nas traseiras da Estação Aquícola , quando nos alarmamos com o enorme ruído , dos troncos a partirem-se , para de imediato assistirmos ao desmoronamento da ponte (o que levou algum tempo) , e consequente viagem , rio abaixo.
José Cunha.