15 dezembro, 2010

A CAPELA DO SENHOR DA AGONIA


A Capela do Senhor da Agonia, foi mandada edificar por Pedro Silva, natural de Santa Eulália, de Beiriz, mas morador em Vila do Conde, na era de 22 de Outubro de 1695, em frente dos Paços e da Cadeia.. Foi casado com Grácia Maria Botelha.
Mandou-a erguer para que os presos não ficassem sem ouvir a missa dominical e a dos dias santificados. Para alcançar o seu propósito pediu ao Juiz e Vereadores o terreno necessário mas sem qualquer foro, o que lhe foi concedido. Ele obrigava-se a edificar «uma capela do Terreiro da Praça da dita Vila do Conde, e defronte da cadeia pública dela, para que tenham os presos autoridade e proveito de ouvirem missa...». Obrigava-se ainda «na dita forma a fabricar à sua custa o templo, capela sobredita e orná-la de talha de retábulo e altar e paramentos para se celebrar o Santíssimo Sacifício da Missa...». Fez doação de certos bens de raiz com as obrigações referidas «enquanto o mundo durar».
Em 25 de Setembro de 1707, estando doente, perante o tabelião Francisco da Cunha Santos, disse «que erigiu e fez de novo uma capela de invocação de Nossa Senhora das Angústias, Bom Jesus da Agonia e Espírito Santo, a qual está em Vila do Conde rio em meio deste lugar, defronte da cadeia da dita vila... e que fazia escritura para vincular à capela outros bens». O seu interior é forrado de azulejos setecentistas. O altar é modesto mas as imagens, apesar do seu grande volume para a exiguidade da ermida, são de boa factura sobretudo o Cristo na Cruz, considerado de «primeira excelência» pelo Prior Falcão no seu «EPÍTOGO TOPOGRÁFICO». Tanto o Cristo como a Nossa Senhora e São João Evangelista foram restaurados em Braga, em 14 de Novembro de 1945, a expensas Dona Maria d´Agonia Domingues, residente no Rio de Janeiro. Numa das paredes da capela há uma lápida com uma inscrição de homenagem.
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FONTE - do livro VILA DO CONDE de Joaquim Pacheco Neves.

2 comentários:

Anónimo disse...

Inspirado nisto, é que o saudoso
Dr. Artur da Cunha Araújo, limiano
e poeta do Rancho das Rendilheiras
da Praça, dizia:

VILA DO CONDE CANTEIRO,
DE FEITICEIROS AMORES.
O AVE É O JARDINEIRO,
AS RENDILHEIRAS AS FLORES.

a) Cereja

Anónimo disse...

Agora, nem canteiro nem flores.