

Mandou-a erguer para que os presos não ficassem sem ouvir a missa dominical e a dos dias santificados. Para alcançar o seu propósito pediu ao Juiz e Vereadores o terreno necessário mas sem qualquer foro, o que lhe foi concedido. Ele obrigava-se a edificar «uma capela do Terreiro da Praça da dita Vila do Conde, e defronte da cadeia pública dela, para que tenham os presos autoridade e proveito de ouvirem missa...». Obrigava-se ainda «na dita forma a fabricar à sua custa o templo, capela sobredita e orná-la de talha de retábulo e altar e paramentos para se celebrar o Santíssimo Sacifício da Missa...». Fez doação de certos bens de raiz com as obrigações referidas «enquanto o mundo durar».
Em 25 de Setembro de 1707, estando doente, perante o tabelião Francisco da Cunha Santos, disse «que erigiu e fez de novo uma capela de invocação de Nossa Senhora das Angústias, Bom Jesus da Agonia e Espírito Santo, a qual está em Vila do Conde rio em meio deste lugar, defronte da cadeia da dita vila... e que fazia escritura para vincular à capela outros bens». O seu interior é forrado de azulejos setecentistas. O altar é modesto mas as imagens, apesar do seu grande volume para a exiguidade da ermida, são de boa factura sobretudo o Cristo na Cruz, considerado de «primeira excelência» pelo Prior Falcão no seu «EPÍTOGO TOPOGRÁFICO». Tanto o Cristo como a Nossa Senhora e São João Evangelista foram restaurados em Braga, em 14 de Novembro de 1945, a expensas Dona Maria d´Agonia Domingues, residente no Rio de Janeiro. Numa das paredes da capela há uma lápida com uma inscrição de homenagem.
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FONTE - do livro VILA DO CONDE de Joaquim Pacheco Neves.
2 comentários:
Inspirado nisto, é que o saudoso
Dr. Artur da Cunha Araújo, limiano
e poeta do Rancho das Rendilheiras
da Praça, dizia:
VILA DO CONDE CANTEIRO,
DE FEITICEIROS AMORES.
O AVE É O JARDINEIRO,
AS RENDILHEIRAS AS FLORES.
a) Cereja
Agora, nem canteiro nem flores.
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