08 março, 2010

A PESCADEIRA.

Porque hoje é o DIA INTERNACIONAL DA MULHER, nada melhor do que vos falar das nossas mulheres das Cachinas.
Continuando na leitura do livro de MARIA TERESA, assim, nos fala delas:
A PESCADEIRA nunca está ociosa. A toda a lida da casa e da administração financeira do casal, junta ela a confecção das redes com o linho que ela mesmo preparou. E, com perícia e agilidade incríveis, passa a agulha pelo muro, e vai dando com ela as múltiplas voltas que hão-de formar a malha.
O pescador, só em casos raros se ocupa deste trabalho ( ver fotografia ). Se não vai para o mar, prefere ficar ocioso. A pescadeira, essa, nunca está ociosa. E assim, sentada à porta da rua, a cantar, a conversar, ou mesmo a ralhar, vai dedilhando sem fim, até lhe saírem dessas mãos as peças de 30, 40, e até 100 metros.
Falta agora encascá-las. Para esse fim põe água e casca de salgueiro a ferver dentro de uma caldeira. Passadas umas dez horas, escoa a água para um pio, onde mete as redes durante uma noite inteira.
Logo de manhã estende-as nas fieiras a enxugar; aos homens compete depois meter-lhes a cortiçada e o chumbeiro.
As vela fazem-no de pano cru, muito forte. Para evitar que as pulgas do mar as deteriorem, pintam-nas com uma mistura de pós vermelhos ou verdes, ou azarcão, sal e água salgada. Do pó empregado provém , pois, a multiplicidade de cores garridas, que tanta graça dão às velas dos barquinhos.
Em Vila Chã empregam as cores vivas, na Cachina usam o preto.

2 comentários:

Anónimo disse...

Parafraseando o Carioca da Vila,
quando evoca que hoje é o «Dia Internacional da Mulher», permito-me aqui assinalar que ontem se realizou em Vila do Conde, a famosa
Procissão do Senhor dos Passos,
tradicional evento desta Terra,
que já não se realizava há 23 anos.
Digno de registo, o criterioso restauro das Capelas do Calvário, que se estendem ao longo do percurso da Procissão, bem como os arranjos florais das devotas zeladoras; para além
dos trabalhos da Igreja da Misericórdia, cujas obras
de recuperação, continuam.
Igualmente de parabéns, está toda a
Mesa da Santa Casa, quando perante
as enormes dificuldades em angariar
figurantes para o préstito, recorreu aos seus próprios funcionários, apresentando-nos uma Procissão com um figurado crescido e adulto, digno de todos os encómios.
Uma palavra para a nova paramentária do Armador:
um primor.
Único senão: o mau cariz do tempo,
que ao fim e ao cabo, acabaria por colaborar.

Cereja

fangueiro.antonio disse...

Boas.

Mais uma excelente informação aqui nos deixa, sobre a manufactura das redes e principalmente das velas e cores habituais consoante a comunidade. A obra que possúi é sem dúvida do maior valor.

Atentamente,
www.caxinas-a-freguesia.blogs.sapo.pt