A CALÇADA.
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Continuando pelo mesmo local da última postagem, é interessante relembrar como era o lajeado da Calçada de S. Francisco. Muitos de nós ainda se lembram destas pedras desencontradas, e por vezes perigosas, mas o que eu pretendo é fazer como que um apanhado do que aqui já foi dito, e devidamente assinalados os livros de que me servi, para, sem o rigor a que estão sujeitos os historiadores, vos dar a minha opinião.

Penso ser este caminho, ou calçada, uma das mais velhas artérias de Vila do Conde. Reparem que a Vila, primitivamente, era sómente em redor do mosteiro (espaço de antigo castro), e para poente do monte, prácticamente nada existia, pois lembrar-se- ão de já falarmos que descendo esta calçada se ia ter à "Bacia Fluvial", lugar esse invadido ou mesmo fazendo parte do leito do nosso rio, e, mais tarde quando da secagem dessa zona, mesmo antes do Terreiro, haviam hortas, que mais não seriam do que pequenos locais de cultivo, das poucas gentes da nossa terra, e isso leva-me a pensar, que foram essas mesmas hortas, que deram o nome à Rua das Hortas.

Por vezes gosto de vos contar o que está escondido nos livros, adoro lê-los, mas contar-vos pela minha escrita o que leio, já descobriram que tenho dificuldade, mas gostei de hoje vos relatar este meu raciocínio, .....mas já sabem, não levem isto muito em conta!

PORMENORES.
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A primeira foto já aqui foi mostrada, mas penso que ao a compararmos com a segunda, compreenderemos melhor a passagem do tempo.

Na de cima, ainda vemos o mosteiro envolvendo a igreja, bem como a entrada e uma perspectiva geral das ruínas, mas a segunda foto é que me sugeriu o título desta postagem, pois reparem naquele muro debaixo daqueles dois arcos, não me recordo de o ter visto noutras fotografias do J. Adriano, e tal, leva-me a crer que a rua que sobe da "Meia-Laranja" para o Monte, ainda não existiria. Mas seria pouco tempo depois, pois pela observação das pedras, penso que estariam a começar as obras de demolição das ruínas para de seguida se efectuar a reconstrução parcial do velho mosteiro ( ou convento? ). Claro que isto não passa de suposições minhas, mas é o que me ocorre olhando as fotografias.

NOVAS PERSPECTIVAS
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DE VILA DO CONDE, PELA OBJECTIVA DE JOAQUIM GOMES.

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Promitente fotógrafo, que trabalha ao serviço da nossa Câmara, e, espero, lhe dêem todas as oportunidades, para que ele, no seu serviço, possa surpreender Vila do Conde com o seu entusiasmo.

O PALCO.

( clique na imagem para a ver aumentada )

Palco de todas as brincadeiras foram estes quintais.
A Garagem do Félix está aberta desde 1958, portanto estaria a ser construída quando (como já vos contei bastante tempo atrás), um grupo de rapazes viveu por aqui parte da meninice e adolescência. Tudo começou no quintal do Eduardo Pinto, que é o que podem ver a nascente daquela pequena casa que estava situada no quintal do Sr. Carlos Sousa. Do lado direito, era o quintal do Zé Graça, e este que se vê por baixo do fotógrafo, era o do Jorge Correia, que, como sabem,morava num velho casarão, que mais não era do que o renovado e belo Solar de S.Roque, e por aqui aconteceu o nascimento do hoje prestigiado GINÁSIO CLUBE VILACONDENSE, e tendo ainda á frente dos seus destinos, um dos sócios fundadores, o Eduardo Meireles Pinto.
O fotógrafo era o Carlos Adriano, e pelo ângulo em que está feita a toma fotográfica, ele estava numa das janelas da sala de jantar.

PS: Reparem no ainda pouco florestado Monte de Sant´Ana.

ESTRANHA EMBARCAÇÃO.
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Estranha porque extraordinária, rara, e também porque tal desenho de embarcação é único nas fotos que possuo, quer minhas ou do Carmo.

Diria, que ela também se moveria à vela, pois tal me é sugerido por aquele mastro, bem visível na parte dianteira da embarcação. E que dizer da "cabine", com um desenho arrojado, e quase moderno? Aguardemos os pareceres dos entendidos nestas matérias, ... estou curioso!

POSTO MÉDICO de VILA DO CONDE.

Esta foto terá sido tirada em 1964/65, pois no livro de Artur do Bonfim, verifiquei que em 64, foi a inauguração do Centro de Saúde, e em 65 a instalação do Posto de Serviços Médico-Sociais. talvez estejamos a ver os momentos que precederam a Inauguração. E era na altura um magnífico prédio, e que mereceu honras de na sua entrada ter um belo painel de azulejos de Júlio Resende.
PROFISSÕES - Esta foto tirei-a da internet, e é assim que está intitulada.

E, estas três últimas fotos, foram-me enviadas por um amigo de Vila do Conde que se mostra preocupado com a sorte de tão importante obra.

Tem toda a razão, pois ontem fui verificar o estado, e, no mínimo, é imperdoável ver o local (sem qualquer dignidade) onde está , sem condições e muito próximo de parecer uma lixeira.

Eu diria, que Júlio Resende também ficaria desgostoso em ver o seu Painel Cerâmico assim desta maneira tratado, tal como o ficou por a Câmara do Porto manter "encaixotada" a obra "RIBEIRA NEGRA" que o artista doou em 1994, e que foi cedida para a XIV Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira.

A réplica pode-se ver, mas o original está num armazém da Câmara.

Aqui fica, como que um alerta, pois ainda se está a tempo de salvar tão magnífica obra e colocá-la a salvo do vandalismo, que infelizmente está alastrando pelo nosso país.

A PROCISSÃO

A procissão da Senhora da Guia, passando junto aos estaleiros. Estaríamos, penso, no primeiro quarto do séc XX.
Não me recordo de ver estes barcos ancorados no nosso rio, mas tenho memória de ainda criança, e quando ia para a praia, ver ao longe fumo, que por certo seriam barcos semelhantes a estes, na sua faina de pesca.
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BELA SILHUETA.

Mais uma bela foto de uma traineira, que parece estar em movimento, pois tem a âncora levantada, e vê-se o fumo, o que tudo indica que estivesse a navegar.
Em que ano estaríamos? Certamente que nos comentários, os entendidos "destas coisas", verão mais além do que um simples barco. Vou estar atento, e aprender com eles.
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(clique na foto para a ver aumentada)

CONJUNTO ZÉ GUEDES.
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Tal como na foto anterior, também aqui, nesta foto, vemos o saudoso Filinto que por algum tempo tocou saxofone no conjunto do José Guedes, tal como ele nos conta no seu comentário de 8 de Janeiro. Esta foto mosta um concerto no Casino da Póvoa de Varzim, por ocasião de um baile de Finalistas do Liceu em 1963.

Vê-se, bem no meio da foto o meu amigo José Guedes, o mais novo dos aqui representados, e ainda o Joaquim Ventura ( O Quinzinho do café ), e o Luís Ferraz. Mais tarde outros aderiram ao conjunto, tal como o "Chico Bourbon", e por essa alura, já faziam concertos no Mar-á-Vista, entretendo os veraneantes pelas tardes de Verão.

MEMÓRIAS.

. Este cartão de Boas Festas, que data de 1999, ofereceu-me o Sr. Carlos Pontes (Filho), e considero-o interessantíssimo, pois vemos ainda muito novos, pessoas que nos acompanharam na vida, durante muitos anos.

O cartão-postal, intitula-se : TOCATA DO RANCHO DO MONTE (ANOS 50).

E vou deixar aqui em destaque, o que nele se pode ler:

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Tanta terra que eu corri
Lá vivi nem sei por onde
Terra mais linda não vi
Só curti Vila do Conde.
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J. C.

Ó LINDA PRAÇA ABENÇOADA.

.Por ocasião das FESTAS NATALÍCIAS, tive o prazer de receber este cartão de Boas - Festas, em tamanho postal, e fiquei satisfeito por ver evidenciadas duas pessoas de minha estima, que são a D. Alcina, e o Sr. Artur do Bonfim, sobreviventes do rancho infantil de 1925 / 26.

Obrigado.

E A PALMEIRA ...
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....TOMBA, para dar lugar a um novo espaço, tal como hoje o conhecemos. Esta foto foi obtida poucos anos depois da última foto que vos mostrei.

Recordo perfeitamente este dia, eu estava na janela do meu quarto, observando o trabalho das pessoas, para que originasse a queda da Palmeira. Esta foto foi tirada pelo meu pai, da varanda de nossa casa, e infelizmente não encontro a que eu tirei, tirada numa perspectiva diferente, pois o meu quarto ficava uns largos metros mais à direita. Vê-se, nessa foto por mim tirada a queda da árvore, numa posição de 45 graus, portanto em plena queda, o que é realmente uma relíquia.

Neste momento em que acontece esta foto, os pássaros faziam um barulho infernal, um chilrear intenso, parecendo um choro até, pois centenas e centenas deles perderam os seus ninhos.

De manhã e ao entardecer, era um encanto ouvi-los, como muitos de vós se recordarão.

Por esse tempo, debaixo da varanda de minha casa, e nos recantos das casas vizinhas via-se grande quantidade de ninhos de andorinhas, e pela Primavera, já com o Verão a anunciar-se, elas regressavam cumprindo assim a suas rotas de migração.