10 fevereiro, 2010

UM BARCO DA CACHINA

« O SENHOR DOS NAVEGANTES »
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A figura apresenta-nos uma embarcação da Cachina, cujo tipo, com umas pequenas variantes, é afinal o mesmo que se encontra nas outras praias do Concelho.
Este barco é pintado a óleo, em cores vivas. Vêem-se à proa as "marcas" e, ao centro, o nome da embarcação : « Senhor dos Navegantes ». ( O Senhor dos Navegantes é um grande Cristo Crucificado que se venera na freguesia da Cachina e a que os pescadores têm grande devoção ) .
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NOTA - O texto e imagem, tirei-o de um velho livro que se intitula - A LINGUAGEM DOS PESCADORES E LAVRADORES DO CONCELHO DE VILA DO CONDE -.
É interessante reparar que no barco o nome NAVEGANTES está mal escrito, mas , penso eu, que tal se deve á maneira como falam, porque nós, de vila do Conde ou Caxinas, coisa que eu não distingo, sabemos, ou antes, ouvimos os Caxineiros dizer " Návgantes", que mais não é que uma linguagem própria destas nossas gentes.

4 comentários:

fangueiro.antonio disse...

Boas.

Conheço várias referências a este livro que refere, da autoria de Teresa de M. Lino Netto, mas ainda não tive oportunidade de lhe "pegar", provavelmente só na biblioteca de Vila do Conde.
Agora com esta foto ainda mais vontade tenho de o descobrir.
O texto refere "marcas" à proa do barco, mas julgo ser errado denominar as cruzes e o peixe como marcas.
Verifico também nesta foto, tal como surge noutros barcos, uma cruz de 6 pontas, baseada na cruz de 4 pontas da antiga Ordem dos Templários portuguesa (pré-henriquina, c.1160). Não sei ainda qual a razão ou origem desta cruz de 6 pontas, e o apego dos pescadores a ela.
Quanto ao "Navgantes", "Bamos Cum Deus", etc, etc, são perfeitos exemplos de que a língua é primeiramente falada e só depois escrita, ou seja, a escrita terá sempre de se adaptar à falada, e temos hoje em dia mais um "acordo ortográfico" a mostrá-lo. O português do Brasil sempre foi mais "simplificado" e também o era (e é) o da pescaria.
Ler e escrever é algo muito recente na história da Humanidade, e a imensa variedade de línguas e dialectos que (ainda) temos são puro fruto da fala. O maior erro é querer tornar a escrita numa "prisão" da fala.

Atentamente,
www.caxinas-a-freguesia.blogs.sapo.pt

Anónimo disse...

Sr.Jose Cunha dou-lhe os meus parabens pelo seu blog e pela basta audiencia que o visita com regularidade ate estava curioso em saber quantas por dia ou por semana
digo isto pelos comentarios nos cafes locais ao caso do conj jose guedes

José Cunha disse...

Obrigado pelo seu comentário, mas quanto a saber quantas visitas tem o "CARIOCA", não lhe sei responder exactamente, mas ronda as 80/100 diárias.

Faria Correia disse...

Fiquei satisfeito pela grafia de "Cachina ou Cachinas", pois que em bom português, não há a palavra caxinada, mas sim cachinada, bem como não há caxinar, mas sim cachinar. Consulte-se um bom dicionário.