17 fevereiro, 2010

O PESCADOR.===================================================
A vida do pescador, cheia de poesia e encanto, é ao mesmo tempo dura e angustiosa.
É que o mar, ora o embala carinhosamente nas suas águas ondulantes e, qual pelicano, lhe abre com generosidade as riquezas do seu seio, ora se revolta em vagalhões medonhos e tenta - quantas vezes o conseguindo! - engolir nas suas profundezas infinitas o ser minúsculo que ousa desvendar os seus segredos e enriquecer-se com os seus tesouros.
É, pois, neste convívio amigo e calmo, ou nesta luta renhida entre a fraqueza e a força, a pequenez e a imensidade, que vão passando os dias e as noites do homem do mar. Daí o carácter melancólico e sonhador, tímido e ousado ao mesmo tempo, a alma simples e bondosa, de fé enternecedora, que encontramos no pescador.
Quantas vezes o topamos na praia ou junto à capelinha, a contemplar o Oceano com um olhar profundo, através do qual perpassam, ora as agruras tristes do passado, ora as esperanças e os receios do futuro!
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NOTA - Texto e imagem do livro - A LINGUAGEM DOS PESCADORES E LAVRADORES DO CONCELHO DE VILA DO CONDE -.

1 comentário:

fangueiro.antonio disse...

Mais uma belíssima descrição do homem que vive do mar.
Uma obra ímpar esta que nos vai o José revelando.

Atentamente,
www.caxinas-a-freguesia.blogs.sapo.pt