Apetece parafrasear o "poetinha" Vinicius de Morais quando dizia " as feias que me perdoem mas , na mulher , beleza é fundamental ". Será um pouco cruel , mas não deixa de ser verdade .
Na Vila do Conde da minha juventude não faltavam mulheres bonitas como, de resto , se documenta com as fotografias que aqui junto , retiradas de um album oferecido pela autarquia ao então Secretário Nacional da Cultura , Cultura Popular e Turismo ( vulgo SNI ) , Dr. César Moreira Baptista , e que uma das filhas do dito teve a gentileza de me oferecer.
Por vezes , as paixões que despertavam eram mais fortes do que o bom senso aconselhava e levavam-nos a fazer algumas coisas que ... desejaríamos não ter feito !
Eu passo a exemplificar .
No início da década de 60 tinha formado uma das primeiras formações do "conjunto" ( hoje banda ) que , mais tarde , daria origem aos "Kondes" , de gloriosa e saudosa memória . O grupo de então incluía , além de mim próprio , o Luis Ferraz , o Quinzinho Ventura e , penso , o Filinto . Para nossa grande satisfação , a direcção do Rancho da Praça cedeu-nos o espaço da sua sede , então situada na zona da Rua de S. Bento , para realizarmos os nossos ensaios no palco do magnífico salão de festas , onde também ensaiava o Rancho e se faziam bailes , ao fim de semana .
Não tardou que eu me apaixonasse perdidamente ( coisa que acontecia com assustadora frequência ) por uma bonita menina que então aprendia a coreografia das marchas da Praça mas que parecia ( ou fingia ... ) não reparar em mim . Achei que só havia uma forma de eu me aproximar e que seria eu próprio entrar para o grupo de dança , pelo que pedi ao Sr Aguiar ( o "mestre de sala") que me fizesse um teste de aptidão . Mas a coisa não correu bem . Ou porque a minha falta de jeito era demasiado óbvia ou porque o Sr Aguiar terá desconfiado das minhas intenções , fui despachado com um seco "você não tem vida para isto" e devolvido à minha condição de músico de rock aprendiz .
Assim terminou , sem ter chegado a começar , a minha carreira no Rancho da Praça , uma das poucas instituções vilacondenses que nunca cheguei a integrar .
E a menina?
Não sei . Dias depois já estava apaixonado por outra .
Perdidamente , claro .
José Guedes
3 comentários:
É bom que o Zé Guedes saiba que, hoje mais que nunca, Vila do Conde está cheia de mulheres bonitas.
Só que... já não é tempo para o Zé se enamorar. Só ver!
realmente o director sabia que os meninos bonitos não poderiam pertencer ao «rancho da praça»mas sim ao «rancho do monte»
A primeira menina, salvo erro, de
nome Carolina, com esta foto foi cartaz de S. João, e era filha do Sr.Jorge, de Fajozes, operário da então pujante Empresa Textil Valfar, superiormente dirigida pelo
Sr. Valente.
A segunda è a Maria de Lurdes Magalhães, que além de rendilheira,
do Monte,era operária da Fábrica de Chocolates Imperial, actualmente a maior de Portugal.
Um Bom Doce para quem identificar a terceira menina da nossa terra.
Cereja
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