Verso extraído dum album de poesias coligidas pelo saudoso vilacondense conselheiro Bento de Freitas Soares.
Vila do Conde,1 de Maio de 1847
OUTROS OLHOS
Qual seria a côr duns olhos
Que a fortuna me fez ver?
Só me lembra que eram lindos
Lindos, lindos de morrer!...
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Negros?... não, não eram negros
Nem tinham a côr escura.
Mas eram cheios de brilho
Repassados de ternura!
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Bem azuis? Também não eram,
Não tinham do Ceu a côr,
Mas só do Ceu vir podia
Tanta meiguice e fulgor!
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Já me lembra; os olhos lindos
Tinham a côr verde-mar,
Um poder como a saudade
Que faz morrer sem matar!
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RENOVAÇÃO
24-2-1934
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1 comentário:
Então, tá bem.
Agora dedicado a duas destas meninas da foto que reconheço:
a Maria do Carmo Raínha e a
Fernanda Russa (como eram então conhecidas), já falecidas, vai mais esta quadra:
- Gosto muito dos teus olhos,
- Mas ainda mais gosto dos meus;
- Se não fossem os meus olhos,
- Não podia ver os teus.
Que descansem em Paz.
Cereja
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