"Chaque" , era o nome que era atribuído à sala onde o radioamador tinha a sua estação de radiocomunicações, e, CT1-JV era o indicativo dessa mesma estação ou do seu proprietário, que neste caso, era meu pai -José da Costa Cunha-.
Aqui, estamos em 1960/1, e pode-se ver o primeiro emissor e receptor dessa mesma estação, e que ao longo do ano anterior, ali mesmo foram construídos, custando-me a minha pista de comboios eléctricos.
Já com o meu pai a fazer os seus QSL (contactos feitos por todo o globo), estava o Fernando Azevedo no Porto construindo o seu próprio emissor, pois viria a ser o segundo radioamador, e o terceiro, o Frutuoso, estava nesta mesma sala construindo o seu, para se servir das experiências já vividas pelo meu pai, na construção do seu próprio aparelho.
Quando se diz que os radioamadores se contactavam por todo o mundo, desde um país vizinho, até à mais longínqua ilha no Pacífico, surge a pergunta de como eles se entendiam. Pois bem, além de tentarem aprender um pouco de inglês e francês (coisa que o meu pai fez), tinham também um código fonético próprio.
Tudo começou assim, mas obviamente foi evoluindo, o que para tal era necessário fazer exames, sendo a classe mais elevada, a "A", em que era necessário ter conhecimentos de electrónica, rádio - electricidade e legislação.
Tudo começou assim, mas obviamente foi evoluindo, o que para tal era necessário fazer exames, sendo a classe mais elevada, a "A", em que era necessário ter conhecimentos de electrónica, rádio - electricidade e legislação.
Recordo que foi uma época "esquisita" em minha casa, pois o meu pai passava as noites a fazer os seus contactos , pois, dizia ele (e que é verdade) a propagação era melhor à noite.
Penso que foi em fins de sessenta, ou talvez já estivéssemos em setenta, ele compra o seu último emissor, recordo que era pequeno, já transistorizado, mas cujo custo dava para comprar um "Fiat 124". Mas já não lhe deu o mesmo prazer, pois não tinha de andar sempre a trocar as válvulas, esperar que o aparelho aquecesse etc.
Não posso fechar estas linhas , sem antes vos dizer que nessa época o radioamador era de uma enorme utilidade, quer na procura de medicamentos, quer em auxílio às autoridades em caso de catástrofes.
Ah! claro, as conversas eram ouvidas e gravadas pela Rede de Emissores Portugueses (julgo que era assim que se chamava), e em caso de necessidade o "Chaque", podia ser requisitado pelas autoridades.
5 comentários:
Amigo Zé Cunha.
Um abraço e parabéns pela vossa exposição.
Aproveito a oportunidade para, neste contexto, lembrar outros códigos, de outros rádioamadores desta Vila do Conde. CT1AKQ - Carlos Manuel Dias Nogueira; CT1KF - António de Azevedo Frutuoso; CT1KP - Fernando de Oliveira Azevedo; CT1KJ - Aoaquim Simões Lopes Nogueira. À excepção de António de Azevedo Frutuoso, que tinha postal próprio, todos os restantes usaram postais, com a gravação dos seus códigos no rosto do postal. Todos usaram postais da emissão da Comissão Municipal de Turismo, de 1977, que felzmente integrei naminha colecção de Vila do Conde. Infelizmente e com grande mágoa, nunca arranjei um único postal de Vosso saudoso pai.
Um abraço.
Humberto, esses postais podem ser classificados como sendo de coleccionismo de postais de Vila do Conde ?
Assim sendo, tenho todo o prazer em ofertar-te com um postal, bem como aos outros coleccionadores, pois serei a única pessoa a possui-los.
Quanto aos outros enviados para meu pai (cartões de QSL), tinha caixotes deles, sendo alguns dos mais longínquos locais do globo.
Amigo Zé Cunha.
Agradeço penhorado a Vossa oferta; sendo certo que era um dos postais ou cartões de resposta (QSL), que não possuia, relativamente a um dos radioamadores vilacondenses, o mais antigo. Teremos que nos encontrar e terei muito gosto em Vos mostrar todos que possuio.
Um abraço.
Tenho saudades do Cereja
´Também já tenho notado a falta do«Cereja».Apesar de às vezes usar um pouco de certa crispação,um pouco de inquietação é sempre preciso
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