17 dezembro, 2010

O «S.RAFAEL»


A fotografia de cima, mostra-nos o «S.RAFAEL» onze anos antes do seu naufrágio, que viria a acontecer na foz do rio Ave, em Outubro de 1911.
Já em Janeiro de 2007, vos mostrei fotos desse naufrágio, fotografias essas da autoria de Joaquim Adriano, sendo uma delas a primeira após o naufrágio.
Portanto, na primeira foto, e que me foi enviada pelo "Cereja", o que novamente agradeço, vemos o cruzador S.RAFAEL a navegar a toda a força, e a segunda foto mostra-nos a chegada ao nosso cemitério da única vítima desse acontecimento. Certamente, 11 anos antes ele estaria a bordo do barco aquando da toma da fotografia.
Como descrevi em 2007, na imprensa local, escreveu-se o seguinte:
Três tiros de canhão despertam a calma população de Vila do Conde. Era o S.Rafael que estava naufragando na foz do rio Ave.

4 comentários:

Faria Correia disse...

O cruzador "S. Rafael" naufragou um pouco a norte da foz do Ave, ou seja, entre A Capela de Nossa Senhora da Guia e o Forte de S. João Batísta. A única vitima a lamentar foi o grumete, que parece não se ter podido salvar, por não ter descalçado as botas. Encontre--se sepultado em Vila do Conde, no Cemitério Municipal, em jazigo próprio, o qual foi adquirido por subscrição pública. Quem vela pelo mesmo é a "Associação dos ex-
-Marinheiros da Armada". O jazigo esteve, após o 25 de Abril, para ser posto à venda, mas houve um
vasculhador das coisas antigas que informou a Câmara. Quem foi não interessa...

Faria Correia disse...

Sobre o naufrágio do S. Rafael há um facto, unventado ao que se afigura pelos monárquicos, o qual há muitas décadas era corrente.
O naufrágio deu-se em Vila do Conde, por castigo de Nossa Senhora da Guia, dado que o S. Rafael bombardeou o Palácio Real, em 1910. Isto vem em sequência, de outro facto, este parece ter sido veridico, que consiste na circunstância de quando da Procissão de N. S. da Guia, ao passar depois do Cais dos Assentos, a Imagem se ter virado para Sul, aquando do atentado que vitimou D. Carlos e o Princepe Luis Filipe. Não sabemos se foi no mesmo dia, mas o que poDemos dizer é que, de certeza a força do vento Norte forçou a tarraja dos parafusos Outra história dos monárquicos, fanáticos como muitos outros politiqueiros que por aí grassam...

Anónimo disse...

Obviamente que ao dizer-se que o
cruzador S. Rafael naufragou na foz do Ave, dá a entender que o navio ía demandar a barra, o que não seria o caso.
Quanto se sabe, ao navegar ao longo da costa, rumo ao Norte, devido a denso nevoeiro, encalhou nos rochedos existentes em redor da capelinha de Nª Srª da Guia.
Tal como ainda hoje se poderá verificar, através das fotografias
de Joaquim Adriano, e com a ajuda de uma Carta Marítima Local, o encalhe aconteceu + ou - a Sudoeste da referida Capela.
Portanto, o naufrágio ocorreu junto à foz do Ave, e não na foz do Ave.
Nem tão pouco na descrição do amigo Faria Correia. A ele, devemos o alerta para a não usurpação do Jazigo onde está sepultado o marujo então falecido, conforme pretendia
o Município.
E já lá vai uma trintena de anos...
Quanto a quem vela pelo Jazigo, justo
será realçar a gentileza de duas
Senhoras da nossa Terra, as quais,
desinteressadamente, de há anos a
esta parte, não só fazem a sua
manutenção, como ainda o enfeitam
com flores pagas pelo dinheiro do seu bolso.
Só por isso, bem hajam!
A Associação de Marinheiros, para
além da pintura no gradeamento, há
anos realizada, faz uma romagem anual, com colocação de uma coroa de flores.

a) Cereja
.

José Cunha disse...

Humberto.
Se vires algumas das fotografias tiradas pelo J. Adriano, principalmente a primeira que ele obtém quando se aproxima do local, constastarás que o naufrágio, ou encalhamento, terá acontecido onde hoje está o farol ...sensívelmente por aí.