.......O filho bastardo que D. Dinis amava
D. Afonso Sanches está sepultado na igreja do Mosteiro de Santa Clara, em Vila do Conde, por ele mandado construir em 1318.
.....Túmulo de D.Afonso Sanches - Séc. XIV
D.Afonso Sanches nasceu em 1289 dos amores havidos entre D.Dinis e D. Aldonça Rodrigues Talha - portanto, numa altura em que o Rei "Lavrador" era já casado com D. Isabel de Aragão. Sendo bastardo, foi contudo o filho mais amado de D. Dinis, pois era um homem culto e, tal como o pai, um excelente trovador. O amor que o Rei de Portugal nutria por este filho era de tal jaez que chegou a tentar , por testamento, que fosse este - e não D. Afonso (IV) - a suceder-lhe no trono.
A Rainha D. Isabel nunca "discriminou" os filhos bastardos do seu marido relativamente aos "legítimos" - chamando-os a viverem no paço real e dando-lhes educação esmerada, igual à de D. Constança e D. Pedro, seus descendentes e, por conseguinte, "legítimos" do monarca. Afonso Sanches recebeu, portanto, formação elevada e, revelando desde sempre grande inteligência e argúcia, rápidamente se tornou predilecto de D. Dinis. .......
........ D. Afonso Sanches deu grande apoio às ordens religiosas, a ele se ficando a dever a construção em Vila do Conde do Convento de Santa Clara - em cuja igreja, aliás, ainda se pode hoje ver o seu imponente túmulo, pois ali quis ficar sepultado ( bem como a esposa, D. Teresa Martins). Falecido ainda bastante jovem (em 1329, com quarenta anos), as suas doações beneméritas tiveram bastante eco, quer junto nas ordens religiosas quer do povo simples. Por isso, em 1722 foi aberto um processo para a sua beatificação - tendo-se nessa altura escrito, pela pena do frade franciscano Fernando da Soledade, uma obra ( intitulada " Memórias dos Infantes" ) a atestar as suas virtudes e as da esposa, também ela incluída naquele processo canónico de bestificação (que tanto quanto nos foi possível apurar, ainda hoje permanece "esquecido nas gavetas da Cúria romana ).
M.M
FONTE - Diário do Minho.(extratos)
1 comentário:
A canonização de Afonso Sanches devia-se ter perdido, não só na memória dos tempos idos. mas também aquando da "unificação dos Estados da Peninsula Italiana", em 1870, pelo rei Vitos Emanuel.
Em 1871, foi dada em compensação a Sua Santidade, uma parte de Roma, o Vaticano. O Papa negou a indemnização e a parte da cidade, e considerou-se prisioneiro.
Só em 1929, o Papa Pio IX, aceitou, tendo no entanto os Estados Pontificios ficado a designar-se por Santa Sé. Terá sido por isso tudo?... Ou também por falta de milagres?...
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