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A capelinha da Senhora da Guia, sempre reproduzida ao longo dos anos, em fotografia a preto e branco, a cores, e pintada, como se pode ver nesta última imagem, que tirei da internet, e infelizmente não nos diz o nome do autor, referindo-se apenas, a que se trata de um óleo sobre tela.
Mais uma vez, julgo estar perante uma pintura, em que o seu autor estaria com uma destas fotos, ou semelhante, na sua frente.
7 comentários:
Ao redor desta Capela, há todo um
manancial de encanto e poesia.
Talvez grande de mais, para esta fréguesia...
SENHORA DA GUIA QUEM VAI PARA O MAR EM TERRA SE AVIA, já dizia o meu avô que foi armador de lancha do alto na Cantareira, Foz do Douro,ao meu pai, que também foi pescador e prático da barra.
Imagens maravilhosas da foz do Ave e ainda para mais com a capela da Senhora da Guia.
O palhabote, que que vai de saida, possivelmente para a sua primeira incursão no Atlantico, vai rebocado por uma catraia movida a força braçal. Pudera! Um navio daqueles navegar à vela no porto Vilacondense não tinha grande rumo de manobra. Note-se que só à saida da barra e que está içar o pano.
Saudações maritimo-entusiásticas
Rui Amaro - Foz do Douro
Capela de Nossa Senhora da Guia,
onde ao demandar a barra, toda a gente se benzia.
Antigamente era assim, uns benziam-se, e outros muito respeitosamente descobriam-se, em saudação à Virgem da Guia.
O respeitinho era muito bonito, e ai daquele pescador ou moço que não o fizesse, pois logo seria admoestado.
Precisamente, talvez fruto disso,
nesta capela um dia me casei, e depois um filho baptisei.
Para além da beleza e do sítio da capela, que em dias de maresia se transformava numa ilhota, destaque para a catraia piladeira a rebocar o navio à força de remos, e ainda para o grupo de homens que de cima do cais ia fazendo socairo, para que devido aos ventos do norte, o navio não fosse embater nas pedras do lado de Azurara.
Para evitar grandes esforços aos remadores do reboque, era costume fazerem estas saídas pouco antes do repontar do preia-mar.
E, para a entrada, pouco depois do preia-mar.
a) Cereja
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Vice-versa em relação ao Preia-Mar
referido no fim do texto.
a) Cereja
Vice-versa em relação ao Preia-Mar
referido no fim do texto.
a) Cereja
O palhabote inicia junto à barra a faina de içar velas, estais e traquete, e logo que eteja safo da barra, larga o cabo de reboque e mete-se de capa (aproado) ao vento de nortada, a fim de fixar/alinhar o velame e logo que este esteja pronto e se o destino for um porto a sul de Vila do Conde camba para bombordo e ele ai vai por sudoeste, á escota larga com vento de feição em muito razoável andamento, mesmo com o pano da mezena ainda ferrado.
Aqui no rio Douro os lugres à vela bacalhoeiros ANA MARIA e PAÇOS DE BRANDÃO, por vezes já vinham a aparelhar o pano desde a amarração em Massarelos, e embora com bons rebocadores á proa e já em cima da barra já iam em boa marcha, e logo que o prático era recolhido e o rebocador largava a amarreta era vê-los a navegar para noroeste à bolina com todo pano içado, mesmo sem as estênsulas (panos entre mastaréus), aproveitando as nortadas frescas dos meses de Maio, e em pouco tempo desapareciam para lá da linha do horizonte, de rumo aos bancos de pesca do Noroeste do Atlântico. È evidente que no Ave era impossivel tal navegação à vela, mesmo com maré a ajudar e com cabos fixados por pessoal na margem norte, pois com uma lufada mais forte de vento, o navio ia sobre a margem da Azurara, devido à estreiteza daquele rio.
No meu Blogue NAVIOS À VISTA existem imagens do ANA MARIA a navegar sob nortada fresca ao largo da barra do Porto.
Saudações maritimo-entusiásticas.
Rui Amaro
Obrigado Rui Amaro.
Fico fascinado com tais descrições.
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