VILA DO CONDE - PRAIA
Foi Vila do Conde, ha uns bons 30 anos a primeira praia para onde fui passar a época de verão. Nas minhas memorias dêsse tempo, lembro-me ainda do velho hotel, pesado e desgracioso e das brincadeiras de então. Lembro-me de touradas, numa praça de madeira que havia por detraz do hotel, com o Morgado de Covas, com o S. Martinho e outros.
Mais tarde a vida afastou-me d´aqui e quando, de novo, ha anos, a escolhi para minha estancia de verão, vim encontrá-la modificada e rejuvenescida.
Em vez do velho hotel o actual Palace, elegante, gracioso, muito branco na sua cal alvíssima e muito portuguez nos seus formosos azulejos.
Enche-o hoje uma vida elegante, cheia de brilho, trazida pelos seus inumeros hospedes e visitantes.
As suas instalações são modelares e o serviço considerado de primeira ordem.
Junto dêle avulta o edifício do Casino, um dos melhores, e mais bem lançados do norte do Paiz, com suntuosos salões e esplendidas dependencias.
Nêle se teem dado todas as épocas e na presente se tem bizarramente continuado a dar lindíssimas festas às quais acorrem famílias de todo o Norte.
Ainda recentemente um baile de mascaras, que marcou pela animação, pelos adornos e pela elegancia e riqueza dos costumes que apareceram, fez vibrar de entusiasmo toda a praia.
A´parte estes dois edificios principais, ha o grande bairro balnear, cujas casas se alugam no verão e que constitue a base de toda a vida estival.
A praia é cortada de amplas avenidas, bem delineadas e com belas perspectivas.
A sua avenida á beira-mar quando estiver concluida e construida ha-de, pela sua situação, rivalizar com as mais celebres do estrangeiro.
Como a praia é larga, é curioso vêr a disposição das barracas, que se espalham por um recinto muito mais vasto do que é uso em praias portuguezas, dando-lhe um aspecto de grandeza muito interessante.
Praia de élite, as suas festas e reuniões são muito escolhidas e procuradas pelas pessoas a quem é dado conseguir assistir a elas. Antes de terminar estas linhas, porém, uma referencia quero fazer a um detalhe que muito me impressionou sempre : a pureza e a força do ar de Vila do Conde. Nas outras praias sente-se a frescura propria da beira-mar, em Vila do Conde sente-se mais do que isso : a necessidade imperiosa de respirar fundo, de encher bem os pulmões.
O ar de Vila do Conde é um triunfador que entra violentamente no nosso organismo, renovando-nos as energias e estimulando-nos a acção.
Vila do Conde, 26-8-1928.
D. Alvaro de Paiva.
em "VILA DO CONDE"
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NOTA - Contou-me o Sr. Artur Bonfim, que esta praça de touros, ficava situada em frente ao actual casino e a norte do Centro de Juventude. Era um vasto terreno, que mais tarde viria a ser ocupado pelas casas ali construídas. Nos anos sessenta, recordo-me que esse terreno, embora já de menores dimensões, ainda existia, e era o "recreio" exterior do Colégio de S.José. Aí se jogava futebol e voleibol.
6 comentários:
Pois é, Vila do Conde era de facto muito bonita.
Em 1928, portanto há 80 anos, Vila
do Conde tinha um "Casino, um dos
melhores, e mais bem lançados do norte do Paiz", e até tínhamos um
Hotel "Palace, elegante, gracioso,
muito branco na sua cal alvíssima e
muito portuguez nos seus
formosos azulejos".
Pois! Tínhamos, mas agora não temos...
Já quanto à "pureza e a força do ar de Vila do Conde" e "a necessidade imperiosa de respirar
fundo, de encher bem os pulmões. O
ar de Vila do Conde é um triunfador que entra violentamente
no nosso organismo, renovando-nos as energias e estimulando-nos a
acção".
Isso era dantes!...em 1928.
Já a Sónia Delaunay, quando aqui viveu, se referia à "luminosidade e
pureza do nosso ar", que tanto influiam na sua pintura.
Hoje, não experimentem passar na
beira rio da Praça da República,
das Piscinas municipais, e muito
menos na beira mar da Poça da Barca, em horas de "DESCARGAS
ETÁRICAS"...
E muito menos, respirar fundo!
a)Cereja
Podemos ter perdido algumas virtudes, mas continuaremos a ter a cidade mais linda do mundo!
Olhe que não!...
Depende do raio de acção.
João
Este bino patoleia é mais podre k uma cereja com bicho
TENHO A CERTEZA, que à maioria das pessoas não agrada este tipo de comentários.
Tentamos aqui, aprender uns com os outros, e não suportamos qualquer tipo de agressão.
Mas, descodificando o que nos diz, embora sem ânimo e frouxamente, fiquei a saber que o "Cereja" pertence à família dos "Patoleias", pessoas que desde sempre ouvi falar.
Mais uma vez, cobardemente, o mesmo
do costume, em vez de nos procurar
esclarecer, demonstrando que aquilo que se diz não è verdade,
como por exemplo: que temos um Escorrega Gigante muito bonito, que o Coreto da Praça de S. João
agora até è mais bonito que o da Póvoa, que aqueles esgotos que dia e noite descarregam para o Rio e
Mar, afinal não è porcaria, mas
sim AGUA DE COLÓNIA lá da banda, etc. etc., não.
Apenas, vocifera...e anonimamente.
Enfim, uma tristeza, este campeão do "lambebotismo".
a)Cereja
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