ONDE ESTAVA O FOTÓGRAFO?
Esta foto atrapalha-me o pensamento. Estaria o fotógrafo nas cercas de Santa Clara? E a fábrica? Se eu seguir este raciocínio, esta fotografia deverá ser muito velhinha. Preciso do vosso parecer!
CEM ANOS, mais ou menos, nos separarão desta fotografia. Tirando o soberbo aqueduto, quase, ou nada mesmo, existe mais. Santa Clara, ainda não terá começado as obras de demolição do seu traçado primitivo, a estrada para o monte, ainda não se vislumbra, os moinhos da margem direita, tal como a moagem a vapor já há muito desapareceram, enfim, não fosse o aqueduto, e nada restaria.
MAIS À DIREITA, e veríamos esta cena. Não tardaria a que o Tribunal começasse a ser construído, e pouco depois todo aquele complexo urbanístico que o envolve. Por estes anos já eu frequentava o Colégio de S. José, do qual aqui vemos as traseiras. Recordo que, por altura da construção do Tribunal, de manhâzinha, quando me dirigia para o Colégio, chegavam os "presos" que o construíram, e, sendo do Porto esses prisioneiros, dormiam na nossa antiga cadeia. Isto era o que eu então ouvia os mais velhos comentarem.
DO TELHADO DO NEIVA, nos fins dos anos cinquenta e olhando para sul, teríamos esta paisagem. Para os mais novos, certamente custa-lhes acreditar que estão vendo todo o espaço que hoje é ocupado pelas "Alamedas", e pela grande quantidade de prédios que se estendem até às vizinhanças do Castelo. Linda recordação, sem dúvida.
AINDA NO NEIVA, o fotógrafo escolhe nova posição, e "bate" outra foto. Como o Neiva foi inaugurado em 47, eu julgava que estas fotos que vos venho mostrando, se aproximavam dessa data, mas não. Reparem que a palmeira que estava no quintal da casa onde hoje é a Estalagem do Brazão, já lá não está. Pois bem, certamente recordarão que já aqui vos mostrei essa mesma palmeira no momento de sua queda. Lembrarão também que vos disse que essa foto tinha sido tirada por mim com a minha primeira máquina fotográfica, uma pequenina Kodak em plástico , que me tinha saído numa rifa no Palácio de Cristal. Eu teria 9,10,11 anos, logo, esse facto encosta-nos aos anos sessenta, ... talvez 1958.