A PRAÇA HINTZE RIBEIRO INVADIDA PELAS AGUAS DO AVE Cliché de J.Adriano.
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Antigamente denominou-se Campo de sob-Mosteiro, e até 1902,, denominava-se Campo da Feira, nome pela qual é ainda geralmente conhecida.
Exceptuada a avenida Júlio Graça, no bairro balnear, é esta a melhor, a mais ampla, praça da vila; orlada de bons prédios e delimitada pelo lado sul, por um belo cais de cantaria, junto ao qual corre o Ave.
Na extremidade do lado de poente existia ainda aí por 1870 um nicho chamado de Senhor da Lavandeira, próximo do qual, (supomos , por ser n´esta parte que o rio então, devia ser mais estreito, que anteriormente à construção da ponte de pedra) abicava a barca que dava passagem d´esta vila para Azurara, e era n´este local que primitivamente estava uma pedra, alta e estreita, que tinha gravados os preços das passagens, pedra bastante curiosa, que d´aqui passou para a entrada da ponte de pedra e depois do desmoronamento d´esta, para a ponte de madeira.
Esta pedra, que tinha a data de 1634 desapareceu, quando se fez a nova ponte metálica.
... O nicho teve a mesma sorte da referida pedra. Desapareceu; e o Senhor da Lavandeira, ao qual outrora os moradores do local faziam ruidosas festas, tendo sido d´este desalojado, passou para o nicho das Almas, que havia à entrada da ponte de madeira, e d´este para a sacristia da confraria, na Igreja Matriz.
... O cais junto desta praça, era outrora o lugar preferido pelos navios que vinham do Algarve com carregamento de figos, para aí atracarem e fazerem a descarga.
Há muitos anos porém, que ali não se vê navio algum à prancha, e para os navios que actualmente demandam o nosso porto, temos, infelizmente, cais de sobra.
Por isso a Câmara Municipal, além de conservar bem reparado o pavimento desta praça, faria bem em mandar colocar um gradil de ferro no cais, desde a ponte meálica até ao Cais das Lavandeiras.
Cremos que este melhoramento tornaria este passeio mais agradável, porque as pessoas que ali concorressem, poderiam alternar o belo panorama, que dali se disfruta, lançando a vista, de quando em quando, debruçadas sobre o gradil, para as águas tranquilas do Ave.
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M. Nogueira.
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FONTE- Commercio de Villa do Conde.
( Actualizei a ortografia )
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Nota- Coloquei a primeira foto, para mostrar o cais do qual o texto nos fala, e curiosamente, podemos ver também, que ao longo dele existiam aqueles maciços de pedra , que ainda hoje vemos mais a poente, e em maior número junto da doca. Maciços esses , cuja serventia é , (penso) sómente, para amarração dos barcos.
A outra foto, foi escolhida por ser a única que possuo , onde está escrito o nome da praça.