17 outubro, 2008

CAXINAS E POÇA DA BARCA


No velho postal que aqui mostro, pode-se ver que foi endereçado a alguém em 1904, e nele está escrito Villa do Conde, mas seria mais correcto Caxinas ou Poça da Barca. (Que "BARCA" seria esta?, e "POÇA", seria um espaço de mar mais tranquilo, de àguas mais sossegadas?...não sei! )
A segunda fotografia que aqui mostro, mais não é do que um pormenor da primeira, pois ao ver este barco, recordei que já tinha visto no blogue do António, senão este, algum muito semelhante, e a que ele chama de "LANCHÂO"...será?
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Porque intitulei esta postagem de CAXINAS E POÇA DA BARCA, vou transcrever um pequeno texto do livro CAXINAS - TERRA DO MEU CORAÇÃO de António Ferreira Vila Cova.
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« Caxinas e Poça da Barca são dois lugares da cidade de Vila do Conde que possuem uma história própria. Lugares que se desenvolveram à custa e por mor do mar. Foram os pescadores que fizeram destas zonas o que hoje são. Aqui não há, nem nunca houve grandes zonas de cultivo. O terreno arenoso não foi aproveitado como o foi, por exemplo, em Mindelo ou em Aver-o-Mar. O mar foi sempre o chamamento maior para o homem do litoral e a circunstância de aqui haver a enseada das Caxinas, desde remotos tempos, fez com que os pescadores da nossa costa nela arribassem, em alturas de temporal, ou tão só para nela descansarem um pouco das fadigas.
Poça da Barca que é conhecida desde o século XVII, recorda-se que nos aparece já mencionada no Tombo Verde do Mosteiro de Santa Clara de Vila do Conde, em 1628, é, necessáriamente, de mais remota habitabilidade. As Caxinas, cujo topónimo apenas nos meados do século XVII nos chega, tem, naturalmente, uma história mais recente. Contudo o desenvolvimento registado nos vários domínios, desde o demográfico, ao industrial, comercial e habitacional, foi, sem sombra de dúvida mais acentuado em Caxinas. »

11 comentários:

fangueiro.antonio disse...

Boa noite.

Continuo a dizer que tem tesouros fantásticos no seu baú e este de novo deixa-me pregado ao monitor.
Nem imagina como aprecio estes detalhes do passado das Caxinas.
Pois o barco que mostra ampliado não será um "lanchão". Na verdade cometi um erro ao chamar-lhe "lanchão" (à lancha "Fé em Deus"), pois lanchões eram os donos das lanchas grandes. O barco na foto parece-me ser um batel, ou lancha pequena (à volta de 8, 9 metros) e parece-me não ter qualquer pintura a não ser o breu que davam nos barcos para protecção. Julgo que será um barco construído por finais do séc. XIX, pois mostra uso, com as tábuas do casco bem "divididas" e pronunciadas.
Todos os barcos no postal são da família dos Barcos Poveiros, família que era a enorme maioria na costa de entre Douro e Minho, mas que se encontrava até pelo menos Buarcos.
Só tenho pena que estas suas fotos estejam em tamanho tão pequeno.

Atentamente,
www.caxinas-a-freguesia.blogs.sapo.pt

Anónimo disse...

Esta história das lanchas que uns
quantos designam como poveiras, é
ainda hoje um bocado complicada.
Obviamente que havia as lanchas poveiras, assim como as havia
vianesas, vileiras, matosinheiras,
etc.,etc., por aí abaixo, passando pela Figueira, pelo menos até Setúbal.
Há cerca de uma meia dúzia de anos, na Biblioteca Municipal da Póvoa, houve um colóquio internacional sobre estes temas, onde às páginas tantas o
Arq. Lixa Filgueiras disse mais
ou menos isto:
..."bom, nós não deveríamos propriamente chamar de Lancha Poveira a este tipo de embarcação, na medida em que ainda hoje as
dúvidas são mais do que muitas". E
por aí fora...
No fim da sua intervenção, com a
sala superlotada, achei por bem pedir a palavra, para me congratular com a sua
atitude, já que, ali mesmo, teve a
coragem de não seguir aquele aforismo que nos diz: "Em Roma sê
Romano"... Dito isto, logo o saudoso amigo e
insigne poveiro, Manuel Lopes,
mostrando grande azedume, ameaçou
Lixa Filgueiras, dizendo que jamais o
convidaria para mais alguma palestra na
Póvoa.
Só que, dada que foi a palavra aos
dirigentes da Federação Galega da
Cultura Marítima, estes não só corroboraram quanto tínhamos dito,
como acrescentaram que "era na
verdade um abuso, haver uma qualquer terra a pretender usurpar o
Património que é de todo um povo!"

Anónimo disse...

Perdão, cliquei mal.

a) Cereja

Post Scriptum: Já há dias tentei abordar este tema no Blog Caxinas a
Fréguesia, mas como percebo pouco disto, a coisa falhou.

fangueiro.antonio disse...

Caro Cereja,

Pelo pouco que vou sabendo sobre barcos tradicionais e seus passados (e conheço alguns dos trabalhos de Lixa Filgueiras, bem como barcos Galegos) foi decidido há muitas décadas atrás chamar a este "formato" de barco de pesca "Poveiro" porque era na Póvoa onde se via em maior número e diferentes tamanhos. Óbviamente que não foi "inventado" na Póvoa e os barcos não se inventam, evoluem e adaptam-se às necessidades. Certo é também que vindo esta tipologia de barco do Norte (Bretanha, Galiza) em Portugal foram estes barcos adaptados às pescas de cada um e o "barco poveiro" já não é igual à "lancha xeiteira" da Galiza, ou ao "sinagot" de França, (seus antepassados) e por aí fora.
Sendo que não se sabe ao certo onde no Norte de Portugal se começou a adaptar o formato do Galego para o "poveiro", o facto de existir tão grande comunidade piscatória na Póvoa desde séculos, parece indicar que onde se precisa muito de barcos, será um foco de "evoluções". De muitos kilómetros para Norte e para Sul da Póvoa, vinham pescadores encomendar barcos à Póvoa, fosse Viana, Matosinhos, Valbom, etc.
É sem dúvida uma discussão muito interessante.

Saudações,
www.caxinas-a-freguesia.blogs.sapo.pt

Anónimo disse...

Pegando um pouco nas palavras do amigo Fangueiro, este tema daria
"pano para mangas".
Para se perceber um pouco melhor isto, há que ler OS PESCADORES, de
Raúl Brandão. Francamente, eu não o li, porque, às páginas tantas, me recusei fazê-lo. Para ser um bom escritor, não basta saber redigir bem. É preciso conhecer.
E Raúl Brandão, fala dos pescadores de Caminha, Viana, Esposende, Póvoa, daqui salta para Matosinhos, Afurada, e pela costa
abaixo, ignorando, pura e simplesmente Caxinas e Poça da Barca, o maior núcleo nortenho de pescadores. Portanto, para ele, como por certo para tantos outros,
era tudo poveiro...
Para um escritor, sobretudo daqui
da Foz do Douro, tal lapso acho
inadmissível.
E como isto, tantas outras coisas
são sem o ser.
Quem não se lembra dos achados arquelógicos no campo do Morais, ali no cruzamento da Avª Coutinho Lanhoso com a Baltazar do Couto?
Por hoje, opinei.
a) Cereja

fangueiro.antonio disse...

Caro Cereja,

Venha algo mais sobre esses achados arqueológicos de que fala, pois nada sei sobre eles e deixou-me interessado.

Atentamente,
www.caxinas-a-freguesia.blogs.sapo.pt

Anónimo disse...

Caro Fangueiro,

Referente aos achados arqueológicos, do campo do Morais,
deverá consultar a imprensa local,
nomeadamente o jornal Renovação, de
28 de Janeiro de 1953, onde entre
outras coisas dizia: "concluímos por admitir que se acabaria de localizar, nem mais nem menos, que
um cemitério de nossos necrolatras
antepassados de há mais de mil e seiscentos anos.
Não há notícia de se descobrirem vestígios da necrópole que serviria o Castro que velhos documentos atestam ter existido no Monte.
Não será de admitir que ele pudesse ter sido no local em questão?"
..................................
"A sua utilização deve relacionar-se com os ritos fúnebres das gentes anteriores à evangelização destes sítios". etc.
Ora, como então dizia sobre esta coisa dos barcos, também nessa altura a imprensa regional e até a diária, logo divulgou que na Póvoa foram descobertos uns achados
arqueológicos, etc. e tal, por aí
fora...
Oportunamente teremos oportunidade de ver algo mais.
a) Cereja

Anónimo disse...

PS: Quando a Biblioteca Municipal
era no Largo de S. Sebastião,
recordo-me lá ter visto cerca de uma dezena de Lucernas, que diziam
ser oriundas da Necrópole das Caxinas (campo do sr. Manuel da Costa Morais).
Entretanto, parece que algumas
eram demasiadamente "volateis"
...e desapareceram.

a) Cereja

J.pião disse...

JBoa noite fangueiro e cereja,sou jaime pião e de barcos conheço eu.Estas fotos dos barcos são catraias de nome ,na giria éra assim que,nós os caxineiros as designavam. Já agora fangueiro ,eu andei na pésca do bacalhau até 69 no novos mares,segundo sei o pai nesse ano veio de verde no mesmo.Desculpa escrever menos mal, mas estou a começar .Portanto assino jaime pontes«pião«

OFICINA CRIVELLARO disse...

Estou a conhecer e aprender um pouco da história desta cidade com o Sr. Jaime Pião, um grande amigo.
Abraços

Anónimo disse...

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